metropoles.com

MPU: falta de orçamento impede realização de concurso

Comissão interna busca alternativas para bancar os R$ 9,5 milhão da nova seleção. TCU é contra custeio do certame com taxa de inscrição

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
pgr mpu
1 de 1 pgr mpu - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A falta de previsão orçamentária de R$ 9,5 milhões está impedindo o Ministério Público da União (MPU) de realizar seu próximo concurso. Sem o valor programado para 2018, o órgão procura alternativas para viabilizar a seleção. A opção mais cogitada é pagar os custos com o dinheiro arrecadado com as inscrições, medida que só poderá ser usada se uma exceção for concedida pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo relatório mais recente sobre o quadro de servidores, publicado em 30 de maio, 15,33% dos 10.786 postos de analistas e técnicos estão vagos nas entidades que compõem o MPU: Ministério Público Federal (MPF), do Trabalho (MPT), Militar (MPM) e do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A maior carência é no MPF, pois desde 2015 houve aumento do quadro com 1.365 cargos ainda desocupados.

Nem todas as 1.654 vagas devem ser preenchidas imediatamente. Em razão da restrição financeira, o MPU dará preferência por ocupar aquelas que não gerem impacto no orçamento, assim, a substituição de servidores que se aposentaram, por exemplo, ficará para outra oportunidade. O que foi definido, até o momento, são os cargos contemplados: analista na área de direito (1.095 postos vagos) e técnicos nas áreas de administração (466 vagas) e apoio-administrativo: segurança institucional e transporte (46 postos vagos).

Mesmo com o impasse, a comissão interna responsável pelo concurso está formada desde março de 2017 e tem adiantado o processo. Segundo fontes internas, a minuta para contratação da banca organizadora está pronta, inclusive um documento foi enviado para o setor de licitação sobre o assunto na última terça-feira (12/6).

A expectativa é que seja escolhido o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe, antigo Cespe/UnB), que realizou os outros quatro certames da instituição, e que o edital seja publicado em meados do segundo semestre.

Alto aproveitamento
As seleções do MPU são conhecidas por atrair muitos interessados e também aproveitar significativamente o cadastro reserva. Em 2013, mais de 5 mil aprovados foram convocados para as 107 vagas de técnico na área de administração e para as 38 vagas de analista de direito, distribuídos em todos os estados e no Distrito Federal. Naquele momento, cerca de 283 mil concurseiros inscreveram-se, gerando uma receita média de R$ 14 milhões, descontadas as mais de 28 mil isenções concedidas.

Dois anos mais tarde, e cobrando o dobro do valor pela adesão ao processo seletivo, foram oferecidas 24 vagas imediatas e formação de cadastro reserva. Entre os cargos, estava o de técnico de apoio-administrativo na área de segurança institucional e transporte, com 21 oportunidades imediatas em 12 estados e no Distrito Federal. Mais de 17 mil inscritos foram contabilizados, o que gerou uma concorrência de 319 a 4.510 candidatos por vaga, dependendo do cargo. Foram arrecadados pelo menos R$ 1,8 milhão.

Quem estava na lista de aprovados de quatro anos atrás pôde ser aproveitado até agosto de 2017, quando o concurso perdeu a validade. A validade da última seleção expira em agosto de 2019, o que pode colocar em xeque a permanência do cargo responsável pela segurança e transporte na lista de ofertas no próximo edital.

Além de aproveitar um alto número de aprovados, o MPU também tem como vantagem a remuneração. Quem realizou o concurso em 2013 encontrou no edital os valores de R$ 4.575 para técnico e R$ 7.506 para analista. Há dois anos, os valores eram de R$ 5.007 e R$ 8.178, respectivamente.

Atualmente, saltou para R$ 7.618 e R$ 11.916 e passará a ser de R$ 8.475 para quem ocupar o cargo de nível médio e R$ 13.339 para os graduados, a partir de janeiro de 2019. Valorização considerável de 85% para os técnicos e de 77% para os analistas em seis anos

Mais vagas
O quadro de pessoal do MPF pode aumentar em breve. Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 6.006/2016, de autoria da Procuradoria-Geral da República, que visa criar 842 vagas: 501 para técnico, 207 para analista e 134 para procurador, além de cargos em comissão e funções de confiança. A seleção dos dois primeiros ficará sob responsabilidade do MPU.

A proposta chegou na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados e aguarda designação de relator desde junho de 2017. Ainda deve passar pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça para, só então, ser apreciada pelo plenário da Casa. Não há previsão de quando o projeto terá andamento, tampouco quando as vagas criadas serão disponibilizadas em concursos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?