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10 zonas culturais que deslocam o centro artístico do Plano às cidades

Situados fora do projeto urbanístico de Lucio Costa, esses espaços periféricos quebram a hegemonia cultural de Brasília

atualizado

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Divulgação Mercado Sul
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1 de 1 mercado sul 2 - Foto: Divulgação Mercado Sul

Existe um raciocínio burguês, sobretudo, de quem mora no Plano Piloto: a vida cultural no Distrito Federal habita entre as suas asas, quiçá, em seus “sovacos” (Sudoeste e Noroeste). Aquela velha história de que é preciso se deslocar para o centro de tudo para “beber e se fartar” do banquete cultural servido, com que há do bom é do melhor em arte e entretenimento.

De fato, há programações imperdíveis na bolha arquitetônica, centro hegemônico do DF. Talvez, daí venha a soberba de não querer ultrapassar os limites do “avião” para conferir qualquer programação interessante que esteja algumas dezenas de quilômetros da superquadra. Em que pese, a inexistência de teatros e de cinemas em algumas cidades, como a histórica Planaltina.

Quem se libertou da ilusão de que o Plano Piloto se basta sabe que há alguns bons motivos para que o cidadão das cidades mantenha-se numa vida cultural tão intensa quanto.

O Metrópoles elegeu 10 espaços. É pouco. O leitor vai reclamar, eu sei. Mas é a nossa lista afetiva. Que venha mais e mais e possamos quebrar os limites.

1) Mercado Sul (Taguatinga) 
Um dos lugares mais inventivos do DF. Diria único, onde se respira cultura e os artistas, como uma cooperativa, administram os imóveis da região, muitos antes abandonados. Há a arte do mamulengo, a feitura de instrumentos musicais e muito artesanato. Por lá, encontram-se sempre uma cantoria, uma roda de capoeira e, de quando em quando, uma ecofeira.

2) Os teatros de Taguatinga
No coração de Taguatinga, tem o Teatro da Praça, apesar da precária manutenção, é sempre ocupado por projetos da comunidade. A força da programação, no entanto, reside nos teatros do Sesi e do Sesc. Ambos tomados por espetáculos e shows musicais de primeira. O Paulo Autran (Sesc) tem uma programação impecável. Em época de Palco Giratório, maior projeto de circulação teatral do país, exibe espetáculos imperdíveis. Do lado, ainda tem o acarajé de Iaiá, o melhor do DF

3) Casa do Cantador, de Ceilândia
A força da cultura nordestina, que tanto marca a cidade de Ceilândia, está na programação de violas e de repentes da Casa do Cantador. A programação é contínua e vale muito ver as batalhas de repente e a circulação dos mestres. Aliás, como é bom combinar esta visita com a passagem pela Feira.

4) Imaginário Cultural de Samambaia
O teatro ocupado por artistas, num local que antes era um abandonado posto de doação de pão e leite, tem atividades durante todo ano e traz espetáculos locais, nacionais e até estrangeiro. No ano passado, entrou na programação do Cena Contemporânea,

5) Sesc Newton Rossi, da Ceilândia
Um dos melhores teatros do Brasil, essa unidade do Sesc tem uma caixa cênica de primeira grandeza para 427 lugares e programação contínua de shows e peças diversas, algumas com apresentação exclusivas. Por lá, já vi espetáculos de Paulo Goulart e Nicette Bruno, Paulo Betty e de Domingo Montagner.

6) Sesc Paulo Gracindo, do Gama
 Outro belíssimo teatro construído pelo Sesc. Impactou a cidade do Gama com atividades culturais intensas. A programação do Sesc Gama é montada de forma que atrai os moradores das cidades vizinhas. Às vezes, montagens nacionais e estrangeiras, como a portuguesa, “A Balada de Gisberta”, é capaz de intensificar o fluxo para a região.

7) As sedes de teatros de bonecos do Gama
É da cidade também a melhor produção de espetáculos de bonecos do DF em espaços dos grupos Bagagem e Voar, cobiçados por festivais de teatro nacionais e estrangeiros. No Gama, surge ainda um promissora companhia teatral, Semente, que tem feito espetáculos consistentes e formado uma nova geração de atores.

https://www.youtube.com/watch?v=wxdTHsQ89hA

8) Paixão de Planaltina
Com fama nacional, a encenação da morte e da ressureição de Cristo, no Morro da Capelinha, por muitos anos foi comandada por um grande artista da cidade: Preto Rezende, que hoje possui um agradável teatro de bolso. Apesar de não ter uma estrutura de equipamentos culturais, Planaltina é por si só um lugar histórico, com Museu de Planaltina, que vem ganhando exposições contemporâneas e abrigando grupos da cidade, como o Transições, de dança contemporânea.

9) Centro de Tradições Boi de Seu Teodoro, em Sobradinho
O espaço é uma relíquia que guarda a memória de Seu Teodoro, mestre que trouxe para o DF as tradições populares do Maranhão.

10) Catetinho 
Apesar de estar no roteiro turístico oficial, muita gente que mora no Plano nunca se arriscou a conhecê-lo. O espaço é emocionante e traduz o espírito da criação de Brasília, nada a ver com a especulação imobiliária que tomou conta da terra vermelha.

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