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Dez momentos lamentáveis e vergonhosos da campanha eleitoral de 2018

De atentado ao candidato Jair Bolsonaro aos ataques à liberdade de expressão, diversas formas de violência tumultuaram a democracia

atualizado

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1 de 1 bolsonaro2 - Foto: Reprodução/ internet

A festa da democracia será sempre maior do que os percalços ameaçadores do ódio. O Brasil, como nação, fez do dia do voto uma ode à liberdade de expressão. Não seremos engolidos por episódios marcados pelos que desejam ganhar o pleito de forma violenta.

Quando se encaminhar para as urnas no domingo (7/10), a população vai escolher pela sua vontade quem serão os dois possíveis postulantes a disputar um provável segundo turno. Isso precisa ser respeitado em que pesem episódios pontuais de ódio e desrespeito.

Qual lição fica com essa eleição de armas nas mãos? Talvez, o grande ensinamento seja o de debater os caminhos que nos ameaçam a trocar a esperança de um Brasil novo pelo ódio e pela mentira, munições do fascismo.

O Metrópoles listou 10 momentos lamentáveis desse primeiro turno:

1 – O atentado contra Jair Bolsonaro

Era para ser mais uma ação de campanha nas ruas de Juiz de Fora (MG), mas quase terminou em tragédia no dia 6 de setembro. Ao que tudo indica nas investigações, Adélio Bispo, um lobo solitário, com nítidos problemas psicológicos, esfaqueou o candidato do PSL por motivações pessoais. Colocou em risco o rito democrático e provocou uma avalanche de fake news.

2 – Placa de Marielle Franco rasgada ao meio

O atentado político que levou à morte a vereadora Marielle Franco, em 14 de março, é um desafio para as forças policiais do estado brasileiro, ainda incapazes de apontar os mandantes do crime. O assassinato dela evidencia o risco da ascensão das milícias nas metrópoles brasileiras.

Nesta semana, vestidos com camisetas de Jair Bolsonaro, os candidatos a deputado estadual Rodrigo Amorim e a federal Daniel Silveira, ambos integrantes do PSL fluminense, quebraram a placa que homenageou a vereadora do PSol.

3 – Ataque à cantora Marília Mendonça

Ao aderir ao histórico movimento #EleNão, idealizado e comandado por mulheres, a cantora viu sua vida ser colocada de ponta-cabeça, com ameaças de morte para a sua família. Assustada, retirou o post das redes sociais. Na sequência, ganhou apoio incondicional de fãs e artistas, como Caetano Veloso, que se colocaram ao seu lado em ato solidário.

4 – Ataques homofóbicos
Possíveis eleitores de Bolsonaro, que tem uma plataforma política claramente contrária aos direitos da comunidade LGBTQI+, ocuparam uma estação de metrô em São Paulo, cantando, em coro, letra que evoca o extermínio de homossexuais no Brasil após uma suposta vitória do candidato. A cena é forte e flerta claramente com atitude fascista.

5 – Sequestro ao grupo Mulheres contra Bolsonaro
Um dos maiores entraves para uma possível vitória de Jair Bolsonaro é a rejeição entre o eleitorado feminino, considerado, em declarações do candidato, menor em seus planos políticos. Assim, o crescimento exponencial, nas redes sociais, do grupo Mulheres Contra Bolsonaro virou alvo de ataque de hackers, que sequestraram o grupo e ameaçaram as líderes num violento crime virtual.

Uma delas foi agredida fisicamente quando chegava em casa. O grupo foi devolvido para as administradoras e está na base na campanha #EleNão, que tomou a conta das ruas no dia 29 de setembro.

6 – Mentiras sobre a Lei Rouanet

A principal lei de incentivo do país mais uma vez virou alvo raso de ataques por parte de grupos que desconhecem o sistema de financiamento, tornando-se munição para ataques gratuitos a artistas, sobretudos, os de posição política de centro-esquerda.

Um vídeo de Ratinho, do SBT, que exibe valores de orçamentos aprovados, é o ápice da ignorância sobre o mecanismo cultural. O apresentador mostra cifras aprovadas que necessariamente não foram captados, gerando desinformação e ódio.

7 – Fábrica de fake news

Memes, vídeos alterados e falsos links de notícias invadiram as redes sociais para gerar confusão e ódio em eleitores menos criteriosos. São ações criminosas que envolvem anônimos e personalidades. Áudios falsos dos padres Marcelo Rossi e do candidato Jair Bolsonaro foram disseminados, enquanto notícias mentirosas obrigaram personalidades, como o ator Antonio Fagundes, o apresentador Datena e o padre Fábio de Melo, irem a público fazer o desmentido.

8 – Exposição da vida íntima de Patrícia Pilar

A atriz e ex-mulher do candidato Ciro Gomes viu sua intimidade ser devassada em falsas notícias de que era agredida sistematicamente pelo presidenciável do PDT. Teve que gravar um depoimento e afirmar publicamente que apoia o ex-companheiro ao cargo de presidente.

9 – As falas equivocadas do general Mourão

O candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro ganhou os holofotes e disparou uma série de declarações machistas e preconceituosas. Numa delas, atribuiu o desequilíbrio familiar a ausência de homens no comando das família. Em outra, associou africanos ao estereótipo do malandro e índios, ao de indolente.

10 – Livros da UnB rasgados

Em qualquer estado contaminado pelo ódio, os livros, símbolo do saber, costumam ser queimados e destruídos. Na Biblioteca da UnB, uma das principais universidades públicas do país, obras sobre os direitos humanos apareceram rasgados numa evidente ação de ódio e intolerância ao poder do conhecimento e da história.

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