“Os Defensores”: heróis estão mais Marvel do que Netflix
A nova produção inseriu gags de humor mas falhou ao deixar muitas pontas soltas
atualizado
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“Os Defensores” é a produção mais ambiciosa da Netflix no ramo dos heróis. Os produtores construíram um universo próprio, com quatro personagens, que chega ao ápice no seriado com Luke Cage, Jessica Jones, Demolidor e Punho de Ferro.
Fica evidente que a Netflix ouviu as críticas sobre Punho de Ferro e Luke Cage. “Os Defensores” é mais Marvel, aposta em piadinhas, em um ritmo acelerado e investe bastante no relacionamento entre os protagonistas.
Essa mudança no perfil tem como resultado imediato o fim do espírito dark que a Netflix implementou nas aventuras solitárias dos hérois.Acertos
A primeira metade da temporada (leia-se quatro episódios) funciona bem. Jessica, Luke, Murdock e Danny se entendem e a união entre eles ocorre de maneira orgânica.
Os personagens secundários (Stick, Claire, Collen e outros) jogam papel essencial: reúnem os heróis. A produção também acerta nas cenas de combate, são ágeis e bem coreografadas.
Finalmente, após várias temporadas, começamos a entender o tamanho e a complexidade do Tentáculo — a organização criminosa que luta para manter a própria vida. Ponto para Alexandra (Sigourney Weaver) e a chinesa Gao (Wai Ching Ho).
Erros
Ao construir o Tentáculo como uma organização complexa, uma dúvida surge: por que diabos Alexandra é a líder já que, claramente, Madame Gao é bem mais forte?
Outra coisa, eles queriam a substância para viver mais e voltar a K’un-Lun para fazer o quê?
No entanto, o pior erro é neutralizar Jessica Jones. A intrigante personagem (e também a mais carismática) não tem os poderes desenvolvidos, sempre reduzida: “Eu sou a única que não sabe caratê”.
Entre erros e acertos, “Os Defensores” é uma série boa. Começa melhor do que termina, mas vale a pena.