Netflix: “Death Note” é filme fraco para uma história genial
Produção tem roteiro apressado e entrega resultado decepcionante
atualizado
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“Death Note” é um produto aos moldes da Netflix. Lançado cheio de expectativa, carregado de atores da nova geração, com diretor de renome e uma intensa campanha de publicidade. Porém, decepciona. Não se trata de uma abominação audiovisual, mas de um desperdício.
A premissa é muito interessante para ser feita da forma apressada como foi. Talvez uma série reproduzisse melhor o anime — que confesso não ter visto até o final.
Basicamente, Light Turner acha um caderno que o permite matar quem quiser e inicia uma cruzada contra criminosos. Isso, evidentemente, cria problemas com a polícia e uma disputa com o detetive L tem início.
Confira o quatro pontos mais decepcionantes de “Death Note”:
1. Tudo ficou muito simples
A trama é, por si só, complexa. Um menino tentar virar um Deus, chamado Kira. Apesar de a intenção de matar criminosos soe bem aos ouvidos de alguns, não deixa de ser homicídio. Não é assim que os sistemas legais funcionam. Esse é o grande debate do “Death Note”, discussão interessante sobre o “bandido bom é bandido morto”. Mas tudo virou algo simplista, quase inocente.
2. Romance adolescente
Você vira um Deus da morte para… seduzir a menina mais gatinha do colégio. Sérião?! O romance vira o eixo narrativo do filme, tornando a discussão uma briguinha de poder adolescente.
3. L, o detetive trapalhão
Teoricamente, L deveria ser o detetive mais top do mundo. Treinado em um orfanato, ele desvendaria a identidade do misterioso Kira. Ele até é isso tudo, no entanto, o personagem mais parece um lunático viciado em balinhas e com sérios problemas de autocontrole. Sem falar na questão sem resposta: por que, em algum momento, um acordo entre os dois virou uma alternativa?
4. Uh, cadê, o Ryuk sumiu!
Diga-se de passagem, Ryuk é uma das criaturas mais bem feitas digitalmente dos últimos tempos. O visual é incrível. Acontece que sua importância para o roteiro não acompanha os esforços de produção. Basicamente, ele dá risadinhas, fala uma frase de efeito e é isso aí. Deus da morte mais capenga, viu!