Em segunda temporada, A Maravilhosa Sra. Maisel está ainda melhor
Drama se concentra não só na vida de divorciada de Midge, mas também nos desafios de ser uma comediante profissional nos anos 1950
atualizado
Compartilhar notícia
Nós já conversamos sobre como qualquer fã de comédia (e de stand-up comedy) precisa conhecer A Maravilhosa Sra. Maisel. Com 8 Emmys no currículo, a série da Amazon Prime Video mostrou a que veio logo em sua primeira – excelente – temporada. No Globo de Ouro, o desempenho foi discreto, mas com 100% de aproveitamento: o seriado levou os dois prêmios aos quais havia sido indicado.
A segunda temporada estreou em 5 de dezembro, e, no dia seguinte, já contava com três indicações ao Globo de Ouro: Melhor Atriz em Série de Comédia, para Rachel Brosnahan, Melhor Atriz Coadjuvante em Série Limitada para Alex Borstein e Melhor Série de Comédia. No SAG Awards, a temporada já conta com quatro indicações.
Se a primeira parte desta história contou como a talentosa Midge (Brosnahan) se tornou a Sra. Maisel, os novos episódios mostram como o caminho do estrelato não é tão imediato assim. Entre frustrações e insucessos, a caminhada ao lado de Susie (Borstein) é permeada por deliciosos diálogos tecidos, em sua maioria, pela brilhante Amy Sherman-Palladino.
A criadora da série, no entanto, parece estar mais clemente com seus personagens. Ou, ao menos, está relativizando melhor as relações humanas, se compararmos com seu outro grande sucesso, Gilmore Girls (2000-2007). Em Sra. Maisel, os pais da protagonista, Abe (Tony Shalhoub) e Rose ( Marin Hinkle), cumprem a função dos avós de Rory na outra série. Mas se a dinâmica arquetípica do casal foi estabelecida na primeira temporada, ela foi subvertida na segunda.
A Rose da primeira temporada lembra a antiquada – e impagável – Emily Gilmore (Kelly Bishop), mas sua crise de meia-idade resulta num romantismo e reavivamento de seu casamento com Abe. Sherman-Palladino é mais gentil com os dois arquétipos de idosos, presenteando o espectador com um arco adorável na primeira metade da temporada. A mesma clemência é destinada a Joel (Michael Zegen), o marido infiel de Midge, que prova seu valor nestes novos episódios.
Mas a estrela aqui é a protagonista, claro. Midge tem uma coragem e um entusiasmo contagiantes, e só com essas duas características para sobreviver ao mundo cão do show business, ainda mais nos anos 1950. Sem papas na língua, nada educada e certa do que quer, Midge é uma heroína inquestionável e necessária nos dias de hoje.
Avaliação: Ótimo