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Del Toro, Cuarón e Iñárritu: o sucesso de diretores mexicanos no Oscar

Com indicação tripla de Del Toro ao Oscar 2018 por A Forma da Água, repassamos as carreiras dos latinos mais bem-sucedidos em Hollywood

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Brad Barket/Getty Images for Museum of Modern Art, Department of Film
MoMA’s Contenders Screening of “The Shape of Water”
1 de 1 MoMA’s Contenders Screening of “The Shape of Water” - Foto: Brad Barket/Getty Images for Museum of Modern Art, Department of Film

Com as 13 indicações ao Oscar 2018 para A Forma da Água, Guillermo del Toro confirma uma tendência vista nos últimos anos em Hollywood: nascida nos anos 1960, a melhor geração de diretores mexicanos conseguiu verter suas assinaturas artísticas em produtos de repercussão universal.

Cada um exibe marcas autorais distintas. Nomeado em três categorias do 90º Oscar (direção, filme e roteiro original), Del Toro é especialista em histórias que misturam carga sentimental e gêneros de cinema (sobretudo terror e fitas de monstro), enquanto Alfonso Cuarón costuma ser lembrado pelos artifícios técnicos – os planos-sequência de Filhos da Esperança (2006) e os efeitos (visuais e fotográficos) de Gravidade (2013).

Alejandro González Iñárritu, dono de quatro estatuetas do Oscar, busca no drama social a matéria-prima para suas narrativas. Recentemente, ficou bastante associado a estilismos “oscarizáveis”: comentar a arte do ator e da ficção (Birdman) e fazer filme de sobrevivência carregado por uma entrega física do astro principal (DiCaprio em O Regresso).

Conheça a carreira de Del Toro, Cuarón e Iñárritu:

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<b>A Espinha do Diabo (2001)</b>, terceiro longa de Del Toro, continua sendo um de seus trabalhos mais potentes. Em uma Espanha assombrada pela Guerra Civil e pelos primeiros vultos do regime franquista, um garotinho é enviado a um orfanato após a morte do pai. E lá descobre segredos sinistros
Como costuma acontecer com diretores independentes nos Estados Unidos, Del Toro passou para o mainstream após a repercussão de A Espinha do Diabo. Ao contrário da maioria dos cineastas, porém, ele preservou sua assinatura visual nos filmes de super-herói <b>Blade (2002)</b>, <b>Hellboy (2004)</b> e <b>Hellboy II: O Exército Dourado (2008)</b>
Entre um Hellboy e outro, Del Toro voltou à Espanha franquista para dirigir <b>O Labirinto do Fauno (2006)</b>. Em resumo, é o seu Alice no País das Maravilhas: uma garotinha escapa dos horrores domésticos ao conhecer um reino de fantasia e de ela se tornar princesa
<b>Círculo de Fogo (2013)</b>, prestes a ganhar a sequência A Revolta em 22 de março, representa um raro blockbuster hollywoodiano com personalidade: um duelo em escala planetária entre robôs x monstros filmada com uma clareza visual de rara beleza
O que explica o favoritismo de <b>A Forma da Água</b> ao Oscar 2018? Ninguém melhor que Del Toro para transformar um filme de monstro em uma história sobre tolerância e amor à diversidade – temas atualíssimos: o relacionamento entre a zeladora de um laboratório secreto e uma criatura ali confinada
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Aos 53 anos, Guillermo Del Toro é o mais pop da atual geração de diretores mexicanos: autor de filmes de monstro capaz de transformar histórias assustadoras em tocantes contos de fadas. Começou a carreira em longas com Cronos (1993). Onze anos após sua única indicação ao Oscar (pelo roteiro original de O Labirinto do Fauno), alcançou o auge com A Forma da Água: Leão de Ouro no Festival de Veneza, o mais antigo do mundo, e 13 indicações ao prêmio máximo de Hollywood

Vittorio Zunino Celotto/Getty Images
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A Espinha do Diabo (2001), terceiro longa de Del Toro, continua sendo um de seus trabalhos mais potentes. Em uma Espanha assombrada pela Guerra Civil e pelos primeiros vultos do regime franquista, um garotinho é enviado a um orfanato após a morte do pai. E lá descobre segredos sinistros

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Como costuma acontecer com diretores independentes nos Estados Unidos, Del Toro passou para o mainstream após a repercussão de A Espinha do Diabo. Ao contrário da maioria dos cineastas, porém, ele preservou sua assinatura visual nos filmes de super-herói Blade (2002), Hellboy (2004) e Hellboy II: O Exército Dourado (2008)

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Entre um Hellboy e outro, Del Toro voltou à Espanha franquista para dirigir O Labirinto do Fauno (2006). Em resumo, é o seu Alice no País das Maravilhas: uma garotinha escapa dos horrores domésticos ao conhecer um reino de fantasia e de ela se tornar princesa

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Círculo de Fogo (2013), prestes a ganhar a sequência A Revolta em 22 de março, representa um raro blockbuster hollywoodiano com personalidade: um duelo em escala planetária entre robôs x monstros filmada com uma clareza visual de rara beleza

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O que explica o favoritismo de A Forma da Água ao Oscar 2018? Ninguém melhor que Del Toro para transformar um filme de monstro em uma história sobre tolerância e amor à diversidade – temas atualíssimos: o relacionamento entre a zeladora de um laboratório secreto e uma criatura ali confinada

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Seis anos após despontar com o conto de fadas A Princesinha (1995), Cuarón entrou no radar do Oscar com <b>E Sua Mãe Também (2011)</b>, indicado ao prêmio de melhor roteiro original – a honra foi dividida com Carlos Cuarón, seu irmão mais novo. O road movie impulsionou as carreiras dos atores Gael García Bernal e Diego Luna
<b>Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004)</b> talvez seja a melhor (e mais sombria) adaptação do personagem criado por J.K. Rowling. O terceiro ano do bruxinho em Hogwarts recebe tratamento gótico e com tintas mágicas mais arriscadas do que nos outros filmes da franquia
Apesar da bilheteria morna, <b>Filhos da Esperança (2006)</b> ganhou intensa celebração crítica e cinéfila pelo extenso uso de planos-sequência para narrar uma ficção científica em que a infertilidade assombra o futuro da humanidade. Não por acaso, ganhou três indicações ao Oscar (roteiro adaptado, fotografia e montagem)
Hoje bastante imitado por outros <i>survival movies</i>, <b>Gravidade (2013)</b> representou a mais celebrada inovação técnica de Hollywood desde Avatar (2009). O longa combina efeitos visuais com luminosidade fotográfica. Não por acaso, além de garantir duas estatuetas do Oscar para Cuarón (montagem e direção), também consagrou o fotógrafo mexicano Emmanuel Lubezki. O conterrâneo, indicado pela primeira vez por A Princesinha, completou uma trinca de prêmios em anos consecutivos com troféus por Birdman (2015) e O Regresso (2016), ambos dirigidos por Iñárritu
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Alfonso Cuarón, de 56 anos, bem como Del Toro, dirigiu episódios da série mexicana de terror Hora Marcada (1988-1990) antes de emplacar seus próprios filmes. Em 2014, tornou-se o primeiro hispânico e mexicano a levar o Oscar de direção por Gravidade (2013). Seu próximo longa, Roma, narra a história de uma família de classe média no México dos anos 1970. Estreia em 2018, sem data anunciada

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Seis anos após despontar com o conto de fadas A Princesinha (1995), Cuarón entrou no radar do Oscar com E Sua Mãe Também (2011), indicado ao prêmio de melhor roteiro original – a honra foi dividida com Carlos Cuarón, seu irmão mais novo. O road movie impulsionou as carreiras dos atores Gael García Bernal e Diego Luna

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Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004) talvez seja a melhor (e mais sombria) adaptação do personagem criado por J.K. Rowling. O terceiro ano do bruxinho em Hogwarts recebe tratamento gótico e com tintas mágicas mais arriscadas do que nos outros filmes da franquia

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Apesar da bilheteria morna, Filhos da Esperança (2006) ganhou intensa celebração crítica e cinéfila pelo extenso uso de planos-sequência para narrar uma ficção científica em que a infertilidade assombra o futuro da humanidade. Não por acaso, ganhou três indicações ao Oscar (roteiro adaptado, fotografia e montagem)

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Hoje bastante imitado por outros survival movies, Gravidade (2013) representou a mais celebrada inovação técnica de Hollywood desde Avatar (2009). O longa combina efeitos visuais com luminosidade fotográfica. Não por acaso, além de garantir duas estatuetas do Oscar para Cuarón (montagem e direção), também consagrou o fotógrafo mexicano Emmanuel Lubezki. O conterrâneo, indicado pela primeira vez por A Princesinha, completou uma trinca de prêmios em anos consecutivos com troféus por Birdman (2015) e O Regresso (2016), ambos dirigidos por Iñárritu

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Filiado à moda de contar histórias interconectadas, <b>Amores Brutos (2001)</b> recebeu o novo milênio com personagens envolvidos em situações extremas. Revelou Gael García Bernal no mesmo ano de "E Sua Mãe Também" (2001) e rendeu indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro
Os tais roteiros <i>multiplot</i>, de histórias interconectadas, embalaram a vitória de Crash – No Limite no Oscar em 2006. Um ano depois, Iñárritu e seu então roteirista habitual Guillermo Arriaga (o mesmo de Amores Brutos e 21 Gramas) aplicaram essa ideia a uma escala internacional em <b>Babel (2006)</b>, protagonizado por Cate Blanchett e Brad Pitt
Iñárritu continuou nessa toada de dramas sociais até Biutiful (2010), filme mal recebido pela crítica, mas incensado pelo Oscar – duas indicações. O diretor se reinventou ao mudar drasticamente de estilo em <b>Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)</b>. Com rodopios de câmera e planos-sequência nada discretos, o mexicano acompanha a busca por prestígio de um ator atormentado pelo papel de super-herói que interpretou duas décadas atrás
<b>O Regresso (2016)</b> talvez fique na história como o filme que finalmente fez Leonardo DiCaprio ganhar seu tão sonhado (e adiado) Oscar. Para Iñárritu, significou seu clímax artístico. Tanto que chegou a dizer em uma entrevista que o longa merecia ser visto em um templo
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Alejandro González Iñárritu redefiniu o conceito de "queridinho da Academia" nos últimos anos. Depois de duas indicações (direção e filme) não convertidas em prêmios por Babel (2006), ele emplacou três troféus por Birdman (2015) – filme, direção e roteiro original. Na cerimônia seguinte, faturou mais um prêmio de direção, agora por O Regresso (2016). Mesmo sem nenhum longa engatado, o cineasta de 54 anos levou uma honra especial em 2018 por Carne y Arena, instalação de vídeo que usa a realidade virtual para contar histórias de refugiados. Sua postura de rejeitar gêneros cinematográficos lhe rende tanto culto de uns quanto aversão de outros

Jason Merritt/Getty Images
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Filiado à moda de contar histórias interconectadas, Amores Brutos (2001) recebeu o novo milênio com personagens envolvidos em situações extremas. Revelou Gael García Bernal no mesmo ano de "E Sua Mãe Também" (2001) e rendeu indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro

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Os tais roteiros multiplot, de histórias interconectadas, embalaram a vitória de Crash – No Limite no Oscar em 2006. Um ano depois, Iñárritu e seu então roteirista habitual Guillermo Arriaga (o mesmo de Amores Brutos e 21 Gramas) aplicaram essa ideia a uma escala internacional em Babel (2006), protagonizado por Cate Blanchett e Brad Pitt

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Iñárritu continuou nessa toada de dramas sociais até Biutiful (2010), filme mal recebido pela crítica, mas incensado pelo Oscar – duas indicações. O diretor se reinventou ao mudar drasticamente de estilo em Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância). Com rodopios de câmera e planos-sequência nada discretos, o mexicano acompanha a busca por prestígio de um ator atormentado pelo papel de super-herói que interpretou duas décadas atrás

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O Regresso (2016) talvez fique na história como o filme que finalmente fez Leonardo DiCaprio ganhar seu tão sonhado (e adiado) Oscar. Para Iñárritu, significou seu clímax artístico. Tanto que chegou a dizer em uma entrevista que o longa merecia ser visto em um templo

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