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Samantha! satiriza mundo das celebridades de ontem e de hoje

Estrelada por Emanuelle Araújo e Douglas Silva, série mostra uma ex-estrela mirim dos anos 1980 tentando se reerguer na era da internet

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Fabio Braga/Netflix/Divulgação
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1 de 1 SAM_102_Unit_00117R - Foto: Fabio Braga/Netflix/Divulgação

A série Samantha!, primeira comédia brasileira produzida pela Netflix, constrói pontes entre os anos 1980 e os atuais por meio de uma ex-estrela mirim (Emanuelle Araújo) e um ex-jogador de futebol recém-saído da cadeia (Douglas Silva) que veem na fama o sentido da vida. Os sete episódios da temporada de estreia, vão ao ar nesta sexta (6/7) na plataforma. O Metrópoles já viu e te conta o que esperar da produção.

Apelidada de “Samonstra” por desafetos e rivais, Samantha conquistou o Brasil na década perdida à frente da Turminha Plimplom. Como manda o script do politicamente incorreto, a cantora humilhava outras crianças ao vivo e fazia até propaganda de cerveja, a Canoa.

Anos depois, já entrada nos 40, ela tenta um revival de si mesma: estrelar um programa na TV aberta e voltar a ser uma das pessoas mais queridas do país.

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Os Plimplons: sucesso nos anos 1980
Samantha e Dodói (Douglas Silva): casal entre idas e vindas
Marcinho (Daniel Furlan): o agente picareta de Samantha
Pôster de Samantha!
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Samantha (Emanuelle Araújo): em busca da fama de outrora

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Os Plimplons: sucesso nos anos 1980

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Samantha e Dodói (Douglas Silva): casal entre idas e vindas

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Marcinho (Daniel Furlan): o agente picareta de Samantha

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Pôster de Samantha!

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Disposta a praticamente tudo para atrair os holofotes – menos aceitar convite para fazer filme pornô –, Samantha enxerga uma oportunidade de ouro quando Dodói, com quem teve os filhos Cindy (Sabrina Nonata) e Brandon (Cauã Gonçalves) e vive uma relação conturbada, sai do presídio após 12 anos. Afinal, “casais vendem”. O ex-ídolo do Flamengo também quer uma nova chance de brilhar num mundo obcecado por ídolos – ou alguém para zoar.

É aí que a trama de Felipe Braga, criador e showrunner da série, mostra seu eixo principal: satirizar dois períodos – anos 1980 e 2018 – conectados pela nostalgia e pelo espanto, sem falar nas semelhanças entre os excessos da televisão oitentista e os da internet, hoje marcada pelas interações de redes sociais e ações de influenciadores digitais.

As tiradas estão por toda parte. Cigarrinho (Ary França), espécie de paizão de Samantha nos tempos da Plimplom, sentencia já no primeiro capítulo: “A televisão morreu”. Nada que desestimule a estrela decadente de continuar sua cruzada no lamacento submundo das celebridades.

“Quem tá pronto pra se humilhar na TV aberta?”, pergunta Marcinho (Daniel Furlan, o Renan do Choque de Cultura), agente dela. Quando o streaming dá aquela cutucada na telinha tradicional.

Ao lado de Dodói, Samantha topa fazer um comercial da Canoa. Não satisfeita, vislumbra espaço cativo no horário nobre ao ser jurada convidada do show de calouros Enjaulados Kids – um The Voice Kids indelicado.

Samantha adere de vez à cultura da hiperexposição e do escândalo ao fingir uma viagem a Paris via Instagram, enganando até a amiga Gretchen. Atinge o fundo do poço ao se relacionar com o “galã” Flávio Junior, autor do verso “as metades da tangerina”, no reality Vivendo e Amando. Dodói também coleciona sua cota de humilhações públicas.

A caricatura que a série constrói dos anos 1980 lembra muito a vista no filme Bingo: O Rei das Manhãs (2017), sobre a versão nacional do palhaço Bozo – curiosamente, a própria Emanuelle viveu a Gretchen jovem no longa. A proposta não é exatamente se aproximar da crítica cultural, mas usar o histrionismo para comentar os famosos, seus delírios e surtos.

Essa sátira, porém, nem sempre funciona como deveria. Certos personagens soam convenientes demais para os caminhos da trama ou apenas subdesenvolvidos – como Laila (Lorena Comparato), a digital influencer de viagens, e Bolota (Maurício Xavier) e Tico (Rodrigo Pandolfo), os outros Plimplons que ressurgem nos últimos episódios.

Samantha! não se propõe a desconstruir a nostalgia, mas a filtrá-la por meio de uma personagem que se refestela no passado em busca de refúgio – bem à moda de Stranger Things, a série que não consegue ir muito além das suas referências pop. Ainda que os primeiros sete capítulos sejam irregulares, o futuro é promissor.

Avaliação: Regular

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