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Web surubas são nova tendência e opção para aliviar o tesão acumulado

Sócio da festa brasiliense LUST explica como funciona uma “suruba on-line” e as vantagens do novo formato de sex party

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Foto: Divulgação LUST
Web suruba
1 de 1 Web suruba - Foto: Foto: Divulgação LUST

O setor do entretenimento foi um dos mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus, uma vez que qualquer aglomeração presencial teve que ser cancelada por tempo indeterminado. As festas fetichistas que promovem o sexo livre, então, nem se fala.

De acordo com Igor Albuquerque, sócio e produtor da festa brasiliense LUST, a notícia da quarentena foi um baque absoluto. “A gente vive de eventos, e se reinventar com tudo que está acontecendo é muito difícil”, diz.

A última edição presencial da LUST ocorreu no dia 7/3 – o último fim de semana antes do início da quarentena. Até o fim de abril buscando maneiras de se readaptar, o empresário percebeu um movimento de festas on-line, pelo aplicativo Zoom.

Achando tudo muito monótono e parado nas festas a distância, Igor teve uma ideia: “Me veio na cabeça que se o povo começasse a tirar a roupa, ficar pelado e fazer sexo na webcam, aquilo poderia ficar bem interessante”, conta.

A primeira edição on-ine da LUST aconteceu no dia 23/5 e recebeu vários elogios do público, o que fez a produção decidir realizá-la mensalmente. Este mês ocorre a terceira web suruba, no dia 31/7 (coincidência ou não, data que é comemorado o Dia do Orgasmo).

Para quem quiser participar, os ingressos funcionam como contribuição voluntária e podem ser adquiridos por R$10, R$20 ou R$30 no site do Sympla. “O cliente dá o que acha que a gente merece. Pagando ingresso as pessoas ajudam a festa e a rede de artistas. Foi todo mundo muito afetado”, explica.

Regras da suruba

Ainda que se trate de uma festa fetichista e de liberdade sexual, não é bagunçada. Como (quase) tudo na vida, há regras. “Pedimos que todos mantenham as webcam ligadas e proibimos gravações de tela, então o recurso de gravação dos participantes fica desabilitado”, relata Igor.

Também fica proibido tirar fotos e gravar a festa com o celular, mas, como cada um está em sua casa, o produtor confessa que isso fica mais complicado para controlar.

Outro método, novas prioridades

Uma das preocupações da produção é em, além de promover o sexo em si, levar conteúdo e informação para os participantes. Antes da festa, que tem início às 21h, ocorre um bate-papo às 19h30 sobre o tema da edição.

No dia 31, o tema será o BDSM, e três convidados do meio participarão da roda de conversa. “Essas festas também são importantes para nos aproximarmos do nosso público. A gente aproveita para trocar uma ideia e mostrar tudo que a gente acredita”, diz.

Além disso, as performances também passaram a ter outro peso com as web surubas, já que estar em frente a uma tela torna o que se vê ainda mais importante do que em um evento presencial.

“O vídeo é muito importante, então as performances ganharam muito destaque. Procuramos sempre atrações BDSM, atores pornô, e também mulheres lésbicas, porque entendemos que o sexo virtual é para todos, não apenas para homens, apesar de homens gays serem a maioria na cena”, explica.

Também são levadas ao público atrações das “festas irmãs” – eventos no mesmo formato que acontecem em outras cidades. Segundo Igor, a rede de web suruba está trabalhando junta nos calendários de evento para não faltar sexo. Se você quiser curtir uma web suruba com música eletrônica no Zoom, você consegue praticamente todos os fins de semana”, entrega.

Mas qual a graça?

Toda a graça! Nas palavras de Igor: “De fato não é a mesma coisa. Mas é uma outra coisa, e uma outra coisa muito legal e diferente”. O brasiliense argumenta que é o resgate do início dos anos 2000, em que bombavam os sexos pela webcam e nos bate-papos on-line – costume que se perdeu com o advento dos celulares com câmera e da geração dos nudes e aplicativos de relacionamento.

Além de ser uma forma a mais de aliviar o tesão acumulado da quarentena, as festas on-line não têm barreiras geográficas, o que torna possível conhecer pessoas de várias cidades e até mesmo países “Já tivemos vários gringos participando”, conta.

Isso vale também para a programação da festa, que recebe com mais facilidade artistas e atrações de outros lugares. “A gente tem feito uma curadoria de performances e DJs que vai além de Brasília”, comemora. Quem também sai ganhando são exibicionistas, voyeurs e pessoas que não se sentem à vontade de ir a festas presenciais, já que pela webcam fica mais fácil manter o anonimato.

E depois da pandemia? Ainda que as festas fetichistas presenciais voltem a acontecer eventualmente, o empresário acredita que as web surubas vieram para ficar. “Assim como as camgirls e camboys estão aí há tanto tempo, ou então o pessoal que manda nudes. É mais uma forma de se expressar”, finaliza.

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