O tabu do dedinho. Todo homem pode sentir prazer anal
Gostar de ser tocado nessa parte do corpo independe de orientação sexual. Para o bem de todos, precisamos quebrar esse estigma
atualizado
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Ela olha para o companheiro com o dedo indicador ereto e pergunta: posso? A autorização dele libera os caminhos do prazer. Quando o tabu sai da frente, é só alegria. Na cama, você percebe que ele demonstra interesse e prazer em ser tocado ali, na parte de trás. O que você faz?
A situação é cercada de preconceito, mas é supercomum. A região anal é uma zona erógena e gostar de ser tocado no ânus independe de orientação sexual. Para o bem de todos, precisamos quebrar esse estigma social!
Psicóloga, terapeuta e educadora sexual, Luísa Miranda lida diariamente com dúvidas sobre o prazer que os homens sentem ao serem estimulados na região anal. E se os amigos descobrirem? E se ela achar que sou gay?.
O maior receio é o julgamento e a possível rejeição. O medo de muitos é que a companheira, hétero, confunda o prazer com homossexualidade
Luísa Miranda, sexóloga
Os arrepios que ele pode ter com a estimulação anal estão diretamente ligados a uma das zonas de prazer do corpo. “A enervação do orifício externo do ânus ao ser manuseada proporciona excitação sexual. Além disso, a penetração pode estimular a próstata causando orgasmo”, explica Luísa.
“De uma forma geral, a resistência acontece de ambos os lados. Geralmente eles têm receio do que isso pode gerar no relacionamento. Como por exemplo ser considerado ‘menos homem’. Socialmente criou-se uma ligação entre sexo anal e homoafetividade, apesar de que nem toda pessoa em uma relação homoafetiva pratica sexo anal. O mais importante nesse processo é o autoconhecimento. Cabe a ele relaxar e se permitir. Além do mais, o estímulo anal pode ocorrer de várias formas, inclusive pela masturbação. O que tornaria o ato bem mais íntimo”, diz a sexóloga.
E se você já descobriu que ele gosta, deixe de lado qualquer julgamento ou preconceito, pois esses são os grandes obstáculos para vocês curtirem cada pedacinho do corpo um do outro. “A mulher, nesse caso, se se sentir à vontade, deve agir com naturalidade, aproveitando as oportunidades para falar sobre o assunto”, diz Luisa Miranda. Lembrando sempre que ninguém é obrigado a nada, então, você só deve fazer o que te der tesão — e for bom para os dois (ou três, ou quatro…), é claro.
Nada no sexo é regra. Nem todos os homens se sentem confortáveis ou desejam em receber este tipo de estimulação. Por isso, a principal dica é sempre conversar e descobrir as preferências do companheiro.“A comunicação do casal é fundamental para que os desejos apareçam. Quando se tem intimidade, tudo flui melhor, pois há cumplicidade, amizade, parceria e amor”, resume a sexóloga. Vale lembrar também que o prazer na região anal é o mesmo para homens e mulheres.
Veja o que os leitores do Pouca Vergonha têm a dizer sobre isso:
“Estava na cama com um cara e percebi que ele sentia prazer quando eu chegava com a mão na parte de trás. Levantei o dedo e perguntei se podia (no caso, penetrá-lo com os dedos). Ele disse que sim e eu avancei. Vi que ele gostou, mas depois ele nunca mais apareceu. Acho que ficou com vergonha”, Marília, 33 anos.
“Eu e minha ex-namorada tínhamos um sexo ótimo, com muita intimidade. Certa vez, ela decidiu colocar o dedo lá. Foi natural. Senti prazer, curti o momento e não tive problema em falar isso para ela. Nunca tive preconceito com isso. Sentir prazer ao lado de uma pessoa que você gosta é uma das melhores sensações de um relacionamento. Depois que acabamos o relacionamento, não achei outra mulher que tivesse coragem ao menos de tentar”, Pedro, 29 anos.
“Comecei a ficar com um cara e, depois de um tempo que fazíamos sexo, ele falou que sentia prazer em ser tocado no ânus. Achei muito bizarro aquilo e não quis mais ficar com ele. Ah, eu não vou fazer isso. Não gosto que façam nem em mim”, Júlia, 22 anos.
“Nunca tinha falado sobre o assunto com o meu namorado, mas um dia fui chegando perto e ele não fez qualquer negativa. Comecei a acariciar toda a região anal dele e vi que ele gostava, apesar de demonstrar um pouco de tensão. Depois, conversamos sobre o assunto e ele contou que sentiu prazer. Não vimos qualquer problema naquilo. Sentir prazer não é errado. É muito bom descobrirmos juntos o que gostamos”, Camila, 38 anos.
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