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Não consegue se masturbar sem ver pornô? Entenda os motivos e soluções

Estímulo de acesso prático e rápido combina com o foco da masturbação no orgasmo em vez de no prazer de curtir o momento

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Lana Abie/Getty Images
Foto colorida em close de uma mulher com unhas vermelhas e calcinha azul coma mão apoiada no ventre - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida em close de uma mulher com unhas vermelhas e calcinha azul coma mão apoiada no ventre - Metrópoles - Foto: Lana Abie/Getty Images

Se sempre antes de se masturbar é à pornografia que você recorre para ficar excitado(a), vale se perguntar: com outros estímulos, você também ficaria? Para muitas pessoas, a resposta é não.

De acordo com a terapeuta sexual Tâmara Dias, só conseguir se excitar apenas com o estímulo do pornô é a realidade de mais gente do que se imagina. Isso acontece pelo fato dela ser prática, de fácil acesso e prazer imediato.

“Também está relacionado com a questão de que, para muitos, a pornografia consiste em assistir aquilo que a pessoa gostaria de fazer na vida real e que muitas vezes o(a) parceiro(a) não quer”, explica.

O foco é gozar

A verdade nua e crua no fim das contas é que, aparentemente, até mesmo para se dar prazer as pessoas têm tido pressa. Assim como na cama com um(a) parceiro(a), na masturbação o que tem importado não é o caminho, e sim a chegada: gozar.

E essa pressa em atingir o objetivo final, segundo a psicóloga, afetou também os meios usados para atiçar o imaginário erótico. “Contos eróticos, por exemplo, vão demandar muito mais tempo. Nós não somos incentivados a curtir a experiência, o foco acaba sendo o orgasmo”, explica Tâmara.

A sexóloga ainda pontua que a própria pornografia sofreu mudanças ao longo do tempo. “Ela costumava ser apresentada em páginas de revista. A internet dá acesso mais rápido a conteúdos muito mais quentes e com muito mais estímulos sensoriais”, diz.

Além de ser “refém” de um só estímulo para conseguir se excitar sozinho(a), o excesso de pornografia pode causar problemas que se estendem à vida sexual a dois também. “A pessoa pode criar falsas expectativas sobre o sexo e o prazer e até mesmo desenvolver ansiedade por temor de desempenho e ejaculação precoce”, aponta a especialista.

Sem contar que, por conta do teor machista da maior parte das produções pornográficas, muitos homens acabam tendo uma visão distorcida e objetificada da mulher no sexo.

Outras opções

“Mas se eu não assistir pornô, o que eu vou fazer pra esquentar?”. A Pouca Vergonha apurou e é sabido que não há indícios de que a masturbação tenha surgido apenas depois do audiovisual, leitor(a) aflito(a). Dito isso, Tâmara dá algumas dicas para variar o repertório erótico:

Leitura: “Livros e contos eróticos são ótimos! Depois do lançamento de 50 Tons de Cinza ficaram mais acessíveis e tem várias opções, com vários temas”.

Banho relaxante: “Vá para debaixo do chuveiro, tome um banho relaxante e vá explorando as sensações da esponja, do sabonete, da água no seu corpo. Prepare o ambiente para que você se sinta mais relaxado(a) e à vontade com seu corpo, com a autoerotização”.

Meditação erótica: “Vá para um ambiente confortável e se concentre em um dia que tenha sido incrível com seu(ua) parceiro(a), de muita excitação. Pense nas sensações que sentiu em cada parte do seu corpo e se concentre nelas”.

Músicas sensuais: “Vale colocar uma música que te dê vontade de sensualizar, dançar mais lento, se tocar. Uma dica muito boa é se masturbar no ritmo da música”.

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