Meus dedos, minha vida: goze mais na quarentena com a terapia orgástica
Conversamos com a criadora do método para descobrir os segredos da terapia que promete orgasmos avassaladores
atualizado
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Gozar mais. E melhor. Esse é o objetivo de um método batizado de terapia orgástica. Desenvolvido pela curitibana Mariana Stock, a técnica 100% brasileira traz soluções práticas para o prazer e o autoconhecimento feminino.
Ele funciona em etapas: primeiro, a mulher é convidada a partilhar temores e desejos sobre a própria sexualidade a uma terapeuta. Nas sessões seguintes, entram em cena os carinhos no corpo todo e exercícios de respiração. A intenção é inspirar e expirar até acalmar o corpo.
Caso a cliente se sinta confortável, por último vem uma massagem no clitóris para alcançar o orgasmo. Nada de terapia de casal: a mulher passa pela experiência sozinha.
“A intenção é descobrir a própria sexualidade. Ter acesso ao nosso corpo é um tabu, e aqui elas falam e refletem sobre os próprios desejos. Só então, após conversar com naturalidade sobre a vida com outras mulheres, é que ela é convidada a fazer a experimentação física”, diz.
Formada em publicidade e psicanálise, Mariana conta que, durante a quarentena, muitas mulheres e pacientes estão sentindo falta da terapia presencial. “Estamos fazendo o possível para ajudar todas por vídeo-chamadas. A gente liga, conversa e estimula a mulher a se acariciar e a se tocar”, conta.
Uma nova visão
Mariana acredita que o método mais tradicional para alcançar o orgasmo e autoconhecimento eram a terapia e a massagem tântricas. A técnica de origem oriental carrega preceitos como o equilíbrio das energias corporais para curar traumas e a falta de libido. Para Mariana a prática caiu no modismo e era preciso construir uma alternativa “laica”, que não envolvesse filosofias espirituais, religiões ou doutrinas.
“Sou cética. Prefiro tirar a associação do prazer feminino à ordem do místico, do inexplicável. O gozo – ou a falta dele – da mulher é fruto da autoestima e travas ao próprio corpo que foram construídas por séculos de uma sociedade patriarcal. Outro motivo é que pensar esta questão mística pode excluir mulheres que não acreditam em chacras, por exemplo”, diz. “Além disso, já vi até gente no Tinder oferecendo massagem tântrica”.
Uma jornada de autoconhecimento
Segundo Mariana, a massagem da terapia orgástica é somente feita com óleo de coco e um vibrador específico para massagear o clitóris. “A terapia orgástica é uma jornada de reflexão para as mulheres. Enquanto outras terapias do tipo ensinam a mulher a ser seduzida e sentir atração, aqui, propomos, por meios de conversa e cursos, que consigam identificar o que elas mesmas desejam. Elas não chegam aqui apenas para uma ‘gozadinha’”, conclui.