Gengibre no ânus: prática que viralizou pode trazer malefícios
A coluna Pouca Vergonha conversou com o proctologista Eurípedes Reis, que explica os riscos da iniciativa
atualizado
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Figging: prática de colocar gengibre no ânus. É isso. Existem pessoas em todo o mundo que não só colocam a raiz no reto, como sentem (muito) prazer com isso. Também chamado de gingering, o estilo de sexo é antigo, criado na Grécia Antiga.
O termo se popularizou após o quarto livro da franquia Cinquenta Tons de Cinza, Grey, da autora E.L. James, ser lançado. No romance erótico, contado pela visão do protagonista Christian Grey, há um trecho sobre a prática sadomasoquista. “Uma imagem dela algemada no meu banco, com gengibre descascado inserido na bunda, para que ela não pudesse apertar suas nádegas, me vem à mente, seguido pelo uso criterioso de uma cinta. Sim…”, diz a publicação.
Como no livro, para fazer o figging, basta escolher uma raiz da planta do tamanho que preferir, descascar no formato que dará mais prazer, e colocar para dentro. Contudo, há cuidados a serem tomados. Afinal, o gengibre não é naturalmente feito para o sexo.
O proctologista Eurípedes Reis, responsável pela conta no Instagram Papo de Reto e autor do livro Papo de Reto: Tudo o que você queria saber sobre seu ânus, mas tinha vergonha de perguntar, explica que a prática pode trazer malefícios. “O empalamento, que é a introdução de objetos ‘estranhos’ no ânus, deve ser feito com muita cautela. O fato de colocar o gengibre lá é perigoso”. Segundo ele, o maior risco é da acidez do gengibre causar queimaduras ou infecções: “A mucosa da região é muito sensível”.
Apesar de não recomendar a prática, o especialista frisa que o prazer sexual é muito relativo. “Há quem sinta tesão na dor, em sentir ou em causar. As pessoas podem estar gostando de fazer isso? Sim. Mas é perigoso”.