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Exibicionismo e voyeurismo: entenda fetiches por trás do “surubão do lago”

Terapeuta sexual explica possíveis motivos que justifiquem o prazer por se expor sexualmente em público

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Foto: Reprodução
Casal transando em cima da lancha
1 de 1 Casal transando em cima da lancha - Foto: Foto: Reprodução

Durante a última semana, foi divulgado um vídeo em que, em plena luz do dia, casais mantinham relações sexuais em uma lancha no Lago Paranoá, em Brasília.

Apelidado de “surubão do Lago”, o episódio rapidamente virou notícia e causou revolta – tanto pela performance sexual pública que ninguém pediu, quanto pelo fato de ter ocorrido durante a quarentena (pode-se imaginar que não havia ninguém usando máscaras).

O caso fez muita gente se perguntar o que leva pessoas a se exporem dessa forma. De acordo com o terapeuta sexual André Almeida, o exibicionismo é um fetiche mais comum do que se imagina.

“O sexo em público é um fetiche guiado pela adrenalina. Normalmente, os adeptos falam sobre gostar da sensação prazerosa tanto de estar exposto e sendo observado, quanto da possibilidade de ser pego a qualquer momento”, explica.

O ato de engatar comportamentos sexuais em público é apelidado de dogging (algo como “cachorrar”, em tradução livre) – que faz analogia aos cachorros, que cruzam no meio da rua, na frente de quem for.

Voyeurismo

Mas a suruba do lago vai além do simples exibicionismo – há mais fetiches possivelmente envolvidos. Além da transa ter acontecido em um lugar onde qualquer um que passasse pudesse ver, havia outras pessoas dentro da lancha.

O que isso quer dizer? Que não só quem transa para os outros verem é exibicionista, mas também os amigos que gostam de estar ali observando têm atitude voyeurista.

O voyeurismo é a ponta complementar do dogging, ou seja, o fetiche por observar (ao vivo, assistir pornô não está incluso) pessoas fazendo sexo.

É saudável?

Sexualmente falando (lembrando sempre, é claro, que fazer sexo em público é crime de ato obsceno e prevê detenção de três meses a um ano), André afirma que os fetiches são costumes saudáveis, desde que não machuquem ninguém.

O problema é que, no caso do “surubão”, viola-se os limites e direitos de outras pessoas que podem não querer ver aquilo.

“Uma coisa é transar em um local mais afastado e escondido ou ir a casas especializadas, onde quem frequenta está lá para isso. Mas se você começa a transar em uma praça pública, você invade o direito de outra pessoa”,aponta.

Para se manter no âmbito saudável, também é importante observar o limite entre o fetiche e a parafilia. “O exibicionismo ou voyeurismo passam a ser uma parafilia quando a pessoa não consegue transar ou não ser capaz de chegar ao orgasmo sem que esse tipo de estímulo esteja presente”, conclui.

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