Entenda como o vibrador pode evitar transas ruins e relações abusivas
Especialista explica o que existe por trás da pressão de “não estar na seca”, e como a masturbação faz parte de uma vida sexualmente ativa
atualizado
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Os vibradores e a masturbação têm sido cada vez mais pauta, tanto nas rodas de conversa quanto na mídia. Na última semana, foi a vez da atriz Bruna Marquezine defender o uso dos sex toys.
Ao ser questionada sobre sua solteirice em uma entrevista ao O Globo, Bruna disse estar muito bem e que não é do time que transa só por prazer, reforçando que não consegue banalizar o sexo.
“Tem outras maneiras de se satisfazer sozinha (…) Escuto muito isso: ‘Ser solteiro está foda!’. Eu falo: ‘Gente, estamos em 2020, ninguém tem um vibrador?’, disse.
Com isso, Marquezine levanta a questão da pressão que existe em torno de estar “saindo com alguém”, ainda que não sejam relacionamentos que agreguem, ou mesmo sexos bons. De acordo com a sexóloga do Sexo Sem Dúvida Glennia Goulart, isso acontece porque a sociedade ainda está presa ao conceito de amor romântico.
“Acreditamos que só vamos conseguir nos sentir completos e felizes se estivermos em um relacionamento, mesmo que o(a) parceiro(a) não seja o que se idealizou. Nos sentimos melhor quando estamos com alguém”, explica.
E, ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, a especialista explica que a masturbação é sim uma forma de ser sexualmente ativo. Ou seja, para estar saudável e com a sexualidade fluindo, não é preciso, necessariamente, estar saindo com pessoas aleatórias e lançando mão, muitas vezes, de transas ruins, apenas para dizer que não está “na seca”.
“A masturbação é uma maneira de fazer amor com você mesmo(a), uma forma de sentir prazer, aliviar sua tensão sexual de maneira saudável. Mas as pessoas não veem dessa forma justamente pela visão de que só podemos ser completos se tivermos alguém”, diz Glennia.
Maior abertura aos sex toys
Apesar de uma construção social de repressão sexual, principalmente das mulheres, hoje em dia há uma abertura muito maior à prática da masturbação e à utilização dos sex toys. De acordo com Glennia, isso se deve aos profissionais da área e ao movimento de empoderamento feminino. “As mulheres estão se educando a viver suas sexualidades de maneira mais leve e com menos preconceito”, afirma.
Dessa forma, a profissional garante que os vibradores podem ser vistos não só como uma forma de “economizar tempo” que seria gasto com sexo ruim, mas também de impedir que mulheres se submetam a relacionamentos abusivos ou apenas de fachada.
“A venda de vibradores vem crescendo muito nos últimos anos e teve uma explosão na pandemia, o que prova que as mulheres conseguem ver o uso do acessório como algo natural. Isso impede que elas usem relacionamentos apenas para suprir carências, por exemplo”, diz.