Carvão mata bactérias de DSTs após sexo oral? Entenda a polêmica
Especialista faz alerta sobre informação que circula na internet sobre outra forma de prevenir doenças além da camisinha
atualizado
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A cada dia a medicina e a tecnologia se reinventam e surgem novas soluções para a prevenção e o tratamento de doenças e infecções, entre elas as sexualmente transmissíveis.
Contudo, recentemente tem circulado uma notícia de que, na falta do uso da camisinha, o ato de escovar os dentes com pasta de carvão mineral logo após o sexo oral poderia matar bactérias e evitar a contração de DST’s e IST’s.
De acordo com as informações, a eficácia se justificaria por conta das propriedades naturais do carvão, que absorveriam estas bactérias. Procurado pela Pouca Vergonha, o urologista Tiago Serra afirma que, por se tratar de pouca informação, é perigoso tomar decisões baseadas nisso.
“Às vésperas do Carnaval, é temeroso confiar 100% neste tipo de informação. Ainda que este estudo tenha mesmo sido publicado, ainda é raso e pode se tratar de fake news. O uso do preservativo é importantíssimo e não deve ser dispensado”, alerta o médico.
A camisinha é o único método contraceptivo que, além de prevenir gravidez, evita possíveis contaminações. Contudo, se são poucas as pessoas que usam durante a penetração, no sexo oral o número é ainda menor.
É importante ressaltar que, além de evitar ser contaminado por doenças como gonorreia, sífilis e herpes, o uso do preservativo é também uma questão de higiene, já que nem sempre o sexo oral é feito em pessoas conhecidas.
Outros riscos
Há ainda outra questão: mesmo que o carvão mate as bactérias na boca, durante a prática do sexo oral muita saliva é engolida. Logo, nem todas as bactérias seriam “mortas”. “O contato com esses vírus e bactérias pode fazer mal para o sistema digestivo e, principalmente, para a faringe”, aponta.
Diante disso, Dr. Tiago reforça que o ideal é não abrir mão do uso de proteção para não ter que lidar com maiores problemas. “É uma informação que me soa bem duvidosa. É mais seguro aguardar saírem mais trabalhos sobre isso, com mais informações para dar uma segurança maior”, finaliza.