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Brasilienses investem em produtos e espaços dedicados às práticas BDSM

Após identificarem uma demanda de mercado, empresários apostam em linhas e novidades

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Quarto vermelho da Erótika
1 de 1 Quarto vermelho da Erótika - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

No mundo do sexo, BDSM é um acrônimo criado para englobar um grupo de práticas e fantasias eróticas livres e consensuais, que podem ser consideradas um estilo de vida. As iniciais fazem referência aos termos Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo, um grupo de padrões de comportamento sexual.

Apesar de a estética ser similar, cada modalidade necessita de acessórios e equipamentos específicos. Observando uma carência nesse mercado, empreendedores brasilienses resolveram apostar em produtos artesanais.

Marcelo Araújo, nome à frente da sex shop Erotika, é um dos empresários que viu uma oportunidade no setor. Depois de perceber uma alta demanda do público BDSM, ele resolveu se inspirar na trilogia 50 Tons de Cinza e montar um quarto vermelho com itens de couro, mais resistentes e duradouros.

Feito sob medida, o espaço de 20 m², localizado na 502 sul, recebeu investimento de R$ 50 mil. As paredes foram revestidas com uma camada de veludo vermelho e tudo fica escondido atrás de cortinas. Para completar a ambientação, o empresário ainda pretende colocar uma cama maior e um suporte para os chicotes.

“O mercado em Brasília com esse foco é maior do que eu esperava, e a demanda não para de crescer. Comecei esse projeto porque havia pouco material no mercado. Os praticantes gostam de testar, e os produtos não apresentavam a resistência necessária, arrebentavam facilmente. Por isso, passei a encomendar peças artesanais e ajustáveis, feitas em couro, com um fornecedor exclusivo. Uma característica desses consumidores é que eles pagam o preço que for, se a qualidade for alta”, revela Marcelo. O ambiente possui cerca de 250 itens expostos, e a peça mais cara custa cerca de R$ 450.

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Todos os itens são ajustáveis
As peças são feitas com couro
Cerca de 250 itens estão expostos
Os preços chegam a R$ 450
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O quarto acaba de ser finalizado na sex shop

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Todos os itens são ajustáveis

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As peças são feitas com couro

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Cerca de 250 itens estão expostos

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Os preços chegam a R$ 450

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Há opções para homens e mulheres

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Após criar peças para uso próprio, Pedro Pinho identificou uma possibilidade comercial e lançou a Laguna Leather Store, marca de acessórios em couro sintético feitos sob medida. “Comecei em 2015. Alguns amigos me pediram para criar projetos e, na sequência, surgiram vários pedidos. Eu não tinha conhecimento de moda e costura. Fui pesquisando e fazendo sozinho”, afirma.

As peças variam entre R$ 25 e R$ 500 e são produzidas em até uma semana. Pedro explica que o primeiro passo é marcar um encontro com o cliente para tirar as medidas. “Os praticantes do BDSM valorizam a discrição, entram em contato via Instagram e a principal preocupação é sempre com a resistência do material”, aponta.

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Os valores variam entre R$ 25 e R$ 500
O primeiro passo é marcar um encontro com o cliente para tirar as medidas
Cada peça demora até sete dias para ser finalizada
As roupas são feitas em couro sintético
Resistência é a principal característica que os compradores procuram
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Pedro produz as peças artesanalmente

Laguna Leather Store/Divulgação
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Os valores variam entre R$ 25 e R$ 500

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O primeiro passo é marcar um encontro com o cliente para tirar as medidas

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Cada peça demora até sete dias para ser finalizada

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As roupas são feitas em couro sintético

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Resistência é a principal característica que os compradores procuram

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Guilherme DG, 41 anos, se identifica como switch dentro do BDSM. O nome se refere a pessoas que gostam de exercer tanto o papel de submisso como o de dominante, dependendo da circunstância e do parceiro. Em 2008, ele começou a frequentar eventos voltados à prática e, em 2011, fundou um grupo de discussão sobre o assunto, com cerca de 50 pessoas atualmente.

“É difícil encontrar acessórios BDSM no DF. Quando quero algum item, geralmente encomendo pela internet ou faço sob medida com algum fornecedor”, confirma.

Adepta ao BDSM há uma década, Rainha Clara* é apaixonada por chicotes. Dominadora, ela conta que a maioria de seus produtos são importados. “Uma das coisas que não vale comprar no sex shop nacional é o falso spank, um estilo de chicote, que não machuca e arrebenta. Costumo apostar em chicotes com várias tiras e espessuras para dar sensações diferentes. Também sugiro as algemas à venda em lojas de artigos militares”, relata.

Com 33 anos, Domme Safira* é dominatrix e está à frente de um projeto pró-dominação, com dominadores profissionais que cobram por sessões BDSM.

“Brasília já é conhecida por ser uma cidade cara e esse padrão segue na comunidade BDSM. Há gente muito talentosa no meio e que produz acessórios bem interessantes”, aponta. “Se as pessoas se abrissem mais para o fetiche, as relações e a cena sairiam fortalecidas. Quebrar o preconceito é fundamental.”

*Nome fictício

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