“Sofro homofobia do YouTube”, revela o youtuber Matheus Mazzafera
Segundo Matheus, por ter conteúdo homossexual, os vídeos monetizam menos e ele sempre tem problemas com a plataforma
atualizado
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Matheus Mazzafera é atualmente um dos grandes youtubers do Brasil. Recentemente, ele conseguiu atingir a marca de 5 milhões de inscritos e mais de 650 milhões de visualizações na plataforma. Porém, nem tudo são flores. Em uma entrevista ao Blog do Leo Dias, Matheus relatou que sobre homofobia por parte do YouTube.
“Minha relação com o YouTube era boa, mas está se tornando difícil. Desde que abri meu canal, sofro homofobia velada e, às vezes, escancarada pela plataforma. Não recebo deles o apoio que meus amigos héteros recebem. Meus vídeos monetizam menos e tenho problemas constantes quando tem outro gay além de mim no vídeo”, contou o youtuber ao blog.
Matheus, inclusive, chegou a relatar vários exemplos dessa suposta “homofobia” por parte da plataforma. “Lembro que, há dois anos, antes da Pabllo Vittar estourar, fiz um vídeo com ela. A gravação ficou bloqueada por uns dois dias, porque a máquina do YouTube entendeu como impróprio, só por ter a figura de uma drag. Foi extremamente desconfortável. Tenho vários vídeos de desafios de casais no canal que monetizam, mas tenho um com um casal gay que é desmonetizado. Por qual motivo?! Enfim, tenho vários exemplos. Sofro homofobia pela plataforma do YouTube diariamente”, desabafou.
Por fim, Mazzafera ainda citou um exemplo recente sobre a suposta diferenciação que a plataforma comete. “Nesta terça-feira (24/09/2019), teve o maior evento do YouTube no Brasil, o Brandcast. Não teve um criador gay. Uma vergonha. Em novembro, tem outro evento importante em Los Angeles. Vamos ver como vai ser. Enfim, não vou mais me calar e nem vou mais passar pano. Minha vida tá feita, mas muitos debaixo do arco-íris precisam da minha voz e de todo mundo que puder ajudar. O que me deixa mais indignado é que no mês gay fazem campanha, se dizem gay friendly, mas há uma diferenciação. Queremos igualdade”, relatou Mazzafera.
Em nota, a assessoria do Google, dona do YouTube, se posicionou sobre o caso. Segundo o site, eles são “radicalmente contra qualquer tipo de preconceito e nossa plataforma não faz nenhum tipo de censura em conteúdo ou sua monetização”. Confira o comunicado abaixo na íntegra.
“A missão do YouTube é dar a todos uma voz e revelar o mundo. Acreditamos que todos têm o direito de expressar opiniões e que o mundo se torna melhor quando ouvimos, compartilhamos e nos unimos por meio das nossas histórias. Nossos valores são a Liberdade de expressão, o direito à informação, o direito à oportunidade e a Liberdade para pertencer. Para garantir a existência desses valores, possuímos um conjunto claro de Diretrizes da Comunidade, que define claramente o que pode ou não estar no YouTube.
Inclusive, o Google frequentemente luta em juízo contra ações que, em contrariedade ao Marco Civil da Internet, buscam a censura de conteúdos de interesse público. Além disso, temos orgulho de apoiar publicamente a comunidade LGBTQIA+, inclusive em eventos como a transmissão ao vivo da Parada LGBTQIA+, que foi destaque no evento Brandcast na noite de ontem. Também procuramos representar toda a diversidade da comunidade não só nos convidados e ações, mas também na cobertura do tapete vermelho. Somos radicalmente contra qualquer tipo de preconceito e nossa plataforma não faz nenhum tipo de censura em conteúdo ou sua monetização” .