Racismo: Cacau Protásio conta ter sensação de estar sendo seguida
Atriz foi vítima de ataque racista e gordofóbico durante a gravação de um filme e diz, em entrevista, ainda não ter se recuperado do trauma
atualizado
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Nos últimos meses, a atriz e humorista Cacau Protásio foi vítima de um ataque racista e gordofóbico enquanto gravava cenas de um filme em um quartel dos Bombeiros, no Rio de Janeiro. Em entrevista ao jornal O Globo, ela conta que sofre com racismo desde criança mas, sendo mais alta do que as outras meninas, sempre resolveu os problemas “na porrada”. Porém, o ataque feito por um bombeiro durante o trabalho a desestabilizou.
“Ainda não consigo entender por que tanto ódio por causa de uma cor de pele. Quando soube, pensei ‘deixa, vou ficar mais famosa ainda’. Mas ao ouvir, me senti a pior pessoa do mundo, comecei a acreditar em tudo que ele estava falando. Não queria mais trabalhar, ver gente, pensei em desistir do filme. Aí veio uma coisa de eu que tinha que me posicionar”, lembra a atriz.
Ela decidiu gravar um vídeo em resposta, que acabou viralizando e, hoje, recebe carinho e abraços das pessoas na rua. “Não imaginava o quanto era querida”, diz. Emocionada, Cacau conta que ficou traumatizada com o caso. Tem crises de choro, aumentou a frequência na terapia, parou de dirigir porque sentia que estava sendo seguida e sempre acha que alguém está pulando o muro de sua casa.
“Só consegui terminar o filme porque tive apoio dos colegas”, afirma.
Na entrevista, Cacau fala também sobre a importância de Terezinha, sua personagem no programa Vai que Cola, na própria aceitação. “Assim como o mundo tem o padrão do corpo 36, eu construí na cabeça que roupa colada é para mulher magra. Depois que comecei a fazer a Terezinha, me dizem na rua ‘você me tirou da depressão, me fez enxergar que sou bonita’. Isso me ajudou pessoalmente. Cresci ouvindo que era gorda, que meu corpo estava errado”, diz.