Ludmilla lembra episódio de assédio e batalha por autoaceitação
Em entrevista, a funkeira comentou também a polêmica acerca da faixa Verdinha e a legalização da maconha
atualizado
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Não é segredo que 2019 foi um ano muito importante na carreira de Ludmilla. Ela ganhou o prêmio de Cantora do Ano, no Multishow, e ainda lançou o primeiro álbum ao vivo, Hello Mundo, além de uma sequência de hits como Onda diferente e Verdinha.
Em entrevista à Marie Claire, a funkeira comentou uma de suas maiores controvérsias de 2019 sobre a faixa Verdinha. Ela havia sido processada por deputados federais, que afirmam que as letras fazem apologia à maconha. “Tenho direito à liberdade de expressão e meus advogados estão vendo isso”, disse Lud sobre a acusação. “Brasileiro idolatra a galera lá de fora, diz que os americanos são muito bons, e lá a parada é legalizada com organização. A loja que vende parece a Apple”, emendou.
Ainda sobre a maconha, Ludmilla explicou como é a venda dela nos Estados Unidos: “Você só entra com cadastro, tem um iPad do lado de cada planta que diz se causa relaxamento etc. Chegou a hora de o Brasil dar um start e estudar uma maneira correta de fazer a coisa. Muita gente de paletó vai perder dinheiro, o probleminha está aí”.
Lud também explicou como é ser uma mulher no universo do funk, dizendo que o apelo é diferente para mulheres. “Quando entra um cara no palco, sem camisa, não precisa nem cantar. É só dizer ‘boto meu pau aqui, boto meu pau ali’ e pronto. Se a mulher canta ‘vem aqui e cai de boca na minha boceta’, todo mundo diz: ‘Que baixa, que suja’.”, disse a rapper.
Ela também lembra de um episódio no qual foi assediada pelo dono de uma rádio no começo de sua carreira. “Ele veio, tirou foto comigo, desceu a mão e deixou parada na minha bunda. Tirei a mão dele e falei: ‘Ei, você não pode fazer isso’. Ele começou com umas de ‘Ah eu sou o dono da rádio’. Podia ser dono da puta que pariu, eu ia embora daquele caralho. Chamei meu tio e sumi”, relembra a funkeira.
Outra dificuldade que teve de superar foi na batalha pela autoaceitação. “Me achava feia pra caraca. Não queria fazer programa de televisão, clipe. Ia praticamente obrigada”, explicou a carioca. “Isso me prejudicava bastante, porque muita gente achava que era metida ou geniosa, mas eu não queria falar a verdade para não piorar a situação. Protegia a minha dor até ela passar”, completou.