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Jornalista desabafa sobre possível contratação de goleiro Bruno

“Ser feminicida é aceitável? O que você pensa disso?”, questionou Jéssica Senra

atualizado

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goleiro bruno
1 de 1 goleiro bruno - Foto: Reprodução/ Instagram e MARCELO ALBERT/TJMG

Nessa segunda-feira (06/01/2020), durante apresentação do Bahia Meio Dia, programa da TV Bahia, a jornalista Jéssica Senra posicionou-se duramente contra a possível contratação do goleiro Bruno pelo time Fluminense de Feira.

A profissional chamou os telespectadores à reflexão com um discurso repudiando veementemente o feminicídio e, mesmo defendendo a ressocialização de ex-detentos, criticou a possibilidade de Bruno ter status de ídolo caso volte ao futebol.

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Jéssica Senra
Jéssica Senra é apresentadora de telejornal da Globo na Bahia
Em 2013, Bruno foi condenado a 20 anos e 9 meses pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, em 2010
A apresentadora publicou o discurso no Instagram
Ela diz que não autoriza a Globo
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Em 2017, a pena foi reduzida para 20 anos e 9 meses

Marcelo Albert/TJMG
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Jéssica Senra

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Jéssica Senra é apresentadora de telejornal da Globo na Bahia

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Em 2013, Bruno foi condenado a 20 anos e 9 meses pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, em 2010

ALEX DE JESUS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
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A apresentadora publicou o discurso no Instagram

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Ela diz que não autoriza a Globo

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Hoje, ele cumpre pena em regime semiaberto domiciliar

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Eliza Samudio

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Em 2013, Bruno foi condenado a 20 anos e 9 meses pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, em 2010. Confira o discurso completo de Jéssica Senra.

Por que sou contra a contratação de um feminicida no esporte

Eu acredito na recuperação do ser humano. Acredito que a maioria das pessoas merece outras chances depois que comete erros, porque errar é da essência humana. O perdão é um dos sentimentos mais belos que podemos cultivar. Mas perdoar alguém não significa esquecer o que esse alguém fez nem permitir que esse alguém continue em nossa vida. Perdoar e dar uma nova chance não apaga o que foi feito, não se pode fingir que nada aconteceu. Embora juridicamente o cumprimento de uma pena libera o condenado para seguir sua vida normalmente, é socialmente que precisamos pensar no que toleramos ou não. Nem tudo é apenas questão de lei. Há comportamentos legais que são imorais. Um condenado pode e deve ser ressocializado. Deve merecer uma segunda chance. Mas penso que, depois de um crime tão perverso, voltar a ser ídolo, a estar numa posição que lhe confere status de ídolo, é bastante questionável. Penso que o feminicida deve voltar ao trabalho, mas não no futebol, não como ídolo. Defendo sua ressocialização, mas longe de qualquer torcida. E isso não é a lei que vai decidir. É a sociedade. E se ele tivesse estuprado um bebê? O que os “fãs” diriam? Lembro que há pouco mais de dois anos, jogadores foram flagrados num vídeo masturbando uns aos outros no vestiário de um clube gaúcho. Os quatro jogadores foram dispensados. Seus nomes, inclusive, foram poupados para evitar que eles fossem banidos do futebol. E é bom que fique bem claro: eles não cometeram crime algum, não fizeram nada contra a vontade de ninguém! Mas, absurdamente, a homossexualidade ainda é intolerável no futebol. Ser feminicida é aceitável? O que você pensa disso? #NãoAoFeminicídio

Relembre o caso

Eliza Silva Samudio desapareceu em 2010, com 25 anos. Eliza era amante do goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, apontado como autor do crime, e teria aceitado um convite do jogador para ir do Rio de Janeiro até Minas Gerais visitar um sítio. Nunca mais foi vista em público. Bruno foi preso e condenado a 22 anos e 3 meses por assassinato e ocultação de cadáver (e também pelo sequestro do filho Bruninho, que teve com Eliza). Outros condenados por participação no crime foram Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola; Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada de Bruno; Wemerson Marques, o Coxinha; Elenilson da Silva; e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão

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