O culto ao corpo perfeito não é necessariamente uma escolha saudável
A nutricionista Larissa Cerqueira juntamente com a Jéssica Lima, master coach da sua equipe, escreveram um texto para nos motivar a buscar uma vida saudável e não um corpo perfeito — segundo as revistas
atualizado
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A regra da aparência vem sendo ditada por revistas e programas de televisão há décadas. Porém, nem sempre os meios adotados para alcançar o dito “corpo bonito” são, de fato, saudáveis. Convidei a nutricionista Larissa Cerqueira juntamente com a Jéssica Lima, master coach da sua equipe, para escrever um texto para nos motivar a buscar uma vida saudável e não um corpo perfeito — segundo as revistas.
Você já se perguntou sobre o que te motiva a sair à procura de um nutricionista, personal trainer ou até de um tratamento médico personalizado? Talvez não esteja feliz com o seu próprio corpo. Talvez não tenha o ânimo e a disposição para ir à academia como gostaria. Talvez não aguenta mais começar e desistir das diversas dietas ou tratamentos que já tentou seguir. Ou, quem sabe você esteja feliz com o que já alcançou mas deseja mais — apesar de não saber aonde quer chegar e nem por onde começar.
Muitas são as razões que fazem com que uma pessoa busque tais serviços personalizados. E o que efetivamente as mantém assíduas no treinamento ou tratamento? Motivação, determinação, foco, prazer e necessidade podem ser respostas a esses questionamentos. Outra questão é a grande pressão em se encaixar num padrão estético bastante exigente: o tipo atlético fitness.
Hoje em dia, a busca por um “corpo saudável”, infelizmente, vai muito além da integridade física, pois uma parcela significativa da população tem valorizado, de forma quase extrema, o culto ao corpo e não necessariamente à saúde. O conceito de beleza, no presente, já não é mais o de décadas atrás.
Essas mudanças constantes no conceito de beleza podem ocasionar pressão social, insatisfação crônica e até transformação e distanciamento da própria identidade. Estamos querendo “parecer” em detrimento de ser
Fato é que as pessoas nunca estiveram tão descontentes com o próprio corpo, já que nunca foram pressionadas a serem tão perfeitas. Será que corpo perfeito é sinal de saúde? Será que a beleza pode ser determinada por um padrão? Qual é o custo de parecer saudável em detrimento de ser? Alcançar um padrão, utopicamente perfeito, seria capaz de trazer felicidade? Até onde você iria para alcançar o corpo dos sonhos? Quais seriam os efeitos adversos dessa busca? Será que no contexto emocional não ficaria uma grande lacuna? Vamos refletir.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades. É necessário criarmos uma associação equilibrada dos aspectos físicos e psicológicos para alcançar o belo e o saudável.
A princípio, toda essa análise pode gerar certa barreira quando inicialmente o foco era somente a mudança corporal, porém a única maneira sustentável de iniciar qualquer trabalho é pelo desenvolvimento de sua consciência.
O que podemos lhe assegurar, caro leitor, é que para saber onde se quer chegar, antes de mais nada, é fundamental ressignificar sua identidade: Quem eu sou? O que quero? O que sou capaz de fazer? E se a beleza que tanto busca já estiver aí dentro? E se você conseguir substituir suas justificativas por ações? E se você der o melhor que puder para si? Por que não achar dentro de si algo que realmente o impulsione? E se você definir prioridades? Quando vai deixar sua zona de conforto? E se você levar a sério a dieta, o treinamento e o tratamento? E se tudo isso acontecer: como será sua vida? E se…
Antes de eleger o melhor ou pior treino, listar os profissionais, condenar ou colocar todas as suas expectativas em qualquer pessoa ou tratamento, antes de se sentir frustrado e desistir, que tal refletir sobre o que realmente quer? Alcançar o corpo almejado será realmente a mudança que vai te trazer satisfação?
Amar a si mesmo: esse é o primeiro passo.