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Como apartar as brigas entre irmãos?

Eu e meu marido viramos juízes de uma contenda eterna. Especialista dá dicas sobre como resolver os conflitos entre crianças pequenas

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1 de 1 miguel - Foto: Arquivo Pessoal

No começo, eles nem se notavam. Depois, o mais velho começou a ter curiosidade em relação ao bebê (“Mãe, ele tá chorando”, “ele faz cocô fedido”, “por que ele tem que mamar?”). Mais tarde, ambos começaram a interagir, sorrir um para o outro, engatinhando pela casa, uma gracinha. E, agora, finalmente, eles brigam. Se provocam o tempo todo, especialmente quando estou por perto.

Eu e o pai deles, então, viramos juízes de uma contenda eterna. É desgastante, irritante e, me parece, pouco eficiente. Já percebi que o mais velho aproveita as minhas distrações para fazer “maldades” com o pequeno, que, por sua vez, já entendeu que basta abrir o berreiro para que nós nos sensibilizemos – ainda que o irmão não tenha feito nada. Estratégias de guerra mesmo.

A psicóloga e psicopedagoga Jéssica Fogaça, especialista em psicologia infantil, afirma que, na hora da briga, cabe aos pais respirar fundo e ter paciência, porque o aprendizado leva tempo. “É preciso ter em mente que as crianças estão só tentando resolver seus problemas, embora os cuidadores, muitas vezes, acabem achando que elas vão se odiar para o resto da vida”, comenta.

Jéssica enumerou algumas dicas para a solução de conflitos entre crianças pequenas, com diferença de idade de menos de cinco anos. Confira:

  • Deixe quieto. “A primeira coisa é apenas observar, sem intervir, para ver se eles conseguem se entender sem ajuda”, recomenda a especialista. “Esse exercício é importante porque, caso contrário, os pais serão sempre acionados”, diz.
  • Conversar coletivamente. Quando há intervenção, é importante que o diálogo não ocorra de forma isolada. Todos devem estar cientes do que está sendo conversado, para que ninguém se sinta “levando bronca”. O isolamento só é válido se uma das partes estiver muito nervosa.
  • Dar nome aos sentimentos. “É importante acolher a raiva, a frustração e permitir que todos falem sobre o que estão sentindo”, frisa a psicóloga. No caso de crianças muito pequenas, o cuidador deve ilustrar isso: “Você está vendo que seu irmão está chorando? Ele ficou triste porque você tirou o brinquedo dele.”
  • Dizer o que se espera. Resumir a conversa ao “é feio” ou “é errado” não é o bastante. Tampouco é eficiente dizer aos mais velhos que eles devem ser “responsáveis”. Jéssica recomenda que os pais façam comparações e analogias para explicar qual o comportamento esperado: “Não é legal gritar com as pessoas. Você gosta quando alguém grita com você?”
  • Dar tempo às crianças. Muitos meninos e meninas precisam de mais tempo para processar os fatos e para pedir desculpas, por exemplo. É importante respeitar isso. “Os pais, muitas vezes, só querem ver o fim dos gritos, mas é preciso ter paciência para que as crianças absorvam o aprendizado”, afirma Jéssica.

Segundo a especialista, o momento do conflito é essencial para que os indivíduos aprendam a controlar as emoções e não negá-las. “O ambiente mais propício para esse aprendizado é a família, pois é onde temos a certeza de que seremos sempre amados”, diz. Por isso, mãos e mente à obra!

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