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É um dia a se lamentar. Nesse domingo (10/1), Xuxa, aos 56 anos, anunciou sua saída da TV aberta. A mesma TV que a fez conhecida por todos os setores da sociedade, dos mais ricos aos mais pobres, que estreou aos 20 anos de idade e ficou, ininterruptamente, 36 anos no ar. É a saída de cena do maior ícone feminino vivo da TV brasileira.
Xuxa mudou a história da Globo. O Xou da Xuxa foi uma marco na vida de uma geração de brasileiros. Ela foi a única pessoa a ter mais de dois programas simultâneos na mesma emissora. Desafinada ao extremo, bateu recordes históricos de vendas de discos. Xuxa foi por 20 anos a maior celebridade do país, tudo o que fazia virava notícia — seu parto foi noticiado no principal telejornal do país. Mas Xuxa sempre fez questão de ser normal. Sempre dirigiu o próprio carro e sabia o alvoroço que causava quando decidia andar em um shopping. Sempre quis parecer um ser normal, apesar de não ser. Ela nasceu iluminada e teve o longo da vida vários sinais que indicaram isso.
O curioso é que grandes ídolos, com o passar do tempo, se isolam, tornam-se mais excêntricos e não conseguem levantar bandeiras em nome daquilo que eles têm de mais precioso, a própria imagem.
Basta pensar naqueles que intitulamos como “reis”. A majestade não lhes trouxe evolução e não souberam usar a enorme voz em busca de uma sociedade melhor. Xuxa, não. Ela dá a cara a tapa. Concorde ou não, ela tem uma causa pacifista, humanitária e inclusiva. Não fica do alto do seu castelo como uma rainha intocável.
Em recente entrevista a mim, ela já relatava que a TV não tinha mais espaço pra ela. O que ela quis dizer é que a TV virou algo perecível, descartável e, talvez, a mensagem que ela quer passar não seja mais por meio deste veículo. Isso é mais uma prova de sua maturidade. Sair de cena não é fácil, mas é para os fortes e para aqueles que não se tratam com tanta importância.
Jamais o Brasil terá uma nova Xuxa. E sua história, Xuxa, está sendo escrita com maestria. Você não viveu um personagem, você amadureceu e descobriu que a beleza que, um dia, lhe abriu portas, passa e se transforma. Viva a sua verdade em qualquer parte do mundo, mas não esqueça de nós. Por favor!
Te amo!