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Com certeza você já compartilhou ou leu alguma publicação dos perfis de memes e notícias que iremos falar hoje. Isso porque os perfis somam, juntos, 100 milhões de usuários impactados pelas postagens por dia. Os perfis já são conhecidos, mas a Coluna Leo Dias foi atrás das mentes brilhantes que estão por trás dos memes e notícias que viralizam na web.
“Meu nome é Gabriel Marques, tenho 25 anos, e desde os meus 14 anos trabalho com internet. Vim do Facebook para o Instagram bem no comecinho… Mas nunca tive nenhuma ambição e meta, nunca achei que fosse me tornar uma das maiores páginas de Memes do Brasil”, contou Gabriel, dono da página Nazaré Amarga.
Gabriel não é o único que começou sua história nas redes de forma natural, sem saber que o que antes era apenas uma brincadeira, um hobby, se tornaria um novo modelo de negócio, assim como também contou Murilo Henare, dono do perfil Miga Sua Loca. “Mesmo comunicando como página, eu tinha noção da força e do engajamento que eu tinha, mas não tinha noção do quanto isso se tornaria um business”, acrescentou Murilo.
Raul Baronii, de 23 anos, da página Cutucadas, conta que sempre acompanhou sites de notícias e colunas, como a de Leo Dias. “A ideia surgiu como um hobby, mas tomou uma proporção que eu nunca imaginei”, comentou.
Jovem aprendiz, advogado, escrevente, proprietário de salão de beleza, estudante, engenheiros, jornalistas, publicitários e supervisor de telemarketing são algumas das profissões exercidas pelas pessoas físicas por trás dos perfis famosos. Mas alguns deles revelam que, com o sucesso de suas redes sociais, tiveram que abandonar suas antigas profissões. “Eu cursava jornalismo e trabalhava na Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará. Após 1 ano que eu criei o perfil, isso ganhou uma proporção que eu não esperava e não dava mais pra conciliar com outro emprego! Aí tive que pedir demissão do trabalho e focar no Instagram!”, contou Flávio Jr., dono do perfil Central da Fama.
Os perfis têm um engajamento que até Mark Zurk ficaria com inveja. “Mensais não sei dizer, porque nunca somei – já que o gráfico do Instagram só calcula 7 dias. Agora, se o assunto for semanal, temos em torno de 5/7 milhões de visitas em sete dias e 200 milhões de impressões (lembrando, isso é semanal e não mensal)”, contou Raphael Souza de 26 anos, dono do perfil Choquei.
O responsável pelo perfil Tia Crey, que não quis revelar sua identidade, disse que não se importa com os números. E a gente tenta acreditar, né? “Fechei a página e, assim, não aparecem mais os números de atividade. Antes de fechar eu não chequei isso, então, realmente não sei. Eu não me importo com números”, afirmou o perfil Tia Crey.
Se antes era a TV que agendava os assuntos das rodas de conversa, agora, temos as “revistas digitais”, como também são chamados esses perfis. Fogo no parquinho de reality Shows, família Poncio, separação, flagra de casais novos, repostas de artistas aos fãs, vídeos de humor, memes, sertanejos, shades, gravidez, fofoca e conquistas estão entre os assuntos que mais “bombam” e se tornam virais, segundo nossos entrevistados.
“São os que estiverem em alta no momento. Por exemplo, essa semana o que bombou foi o relacionamento de uma influenciadora. Varia muito. Vai de família, traição, entretenimento”, contou Brenda Moura, do perfil Sub.
Um fato interessante que chamou atenção desta coluna é que a maioria dos perfis tem administradores entre 20 e 30 anos. Mesmo os perfis mais antigos começaram sua carreira na internet com 15/16 anos, quando o Instagram “ainda era tudo mato”. Parece que para os jovens não é tudo balbúrdia, né?
O fenômeno das páginas fez com que muitas marcas fossem atrás desses novos veículos de comunicação, o que tornou o negócio rentável e lucrativo, dando oportunidade de realização de sonhos pessoais para muitas pessoas. Aquisição da casa própria, o primeiro carro 0km, viagens internacionais/nacionais, auxílio à família foram algumas das conquistas dos donos desses perfis.
“Consegui ajudar minha irmã a concluir o ensino superior dela. A empresa onde minha mãe trabalha não parou durante a quarentena. Como ela é grupo de risco, eu pedi que solicitasse afastamento temporário e estou arcando com todas as despesas. Eu sempre sonhei em retribuir com pelo menos um pouco do que ela já fez por mim. Minha mãe nunca mediu esforços para me ajudar sempre que foi possível. Amo muito minha mãe e irmã, faria qualquer coisa por elas. Em breve, realizarei também um dos meus maiores sonhos. Lançarei meu próprio aplicativo. Será uma rede social só para mulheres, uma nova versão do Grupo da Gina Indelicada, que hoje acontece inteiramente no Facebook”, contou Henrique de Souza, da página Gina Indelicada.
As páginas deram vida a personagens icônicos da teledramaturgia e TV como é o caso da Nazaré Amarga e Xuxa Nave. E, também, criaram novos como Tia Crey. A coluna quer saber, agora, por que os nomes de personagens fazem tanto sucesso como nome do perfil.
“Crey é um personagem. Não é só a minha opinião, é a opinião de muitas pessoas! Muita gente manda muita coisa por direct, às vezes, é avalanche de direct achando a mesma coisa, e aí não tem como ignorar a voz do povo. Nesses casos, eu sou apenas a porta-voz. Obviamente posto porque concordo, senão não postaria. Além de tudo, nunca foi minha vibe aparecer. Prefiro me manter quietinha. Alguns chatos alegam que eu não apareço porque sou feia, não quero receber críticas, não quero ser julgada também… Eu só quero a tranquilidade de permanecer anônima, afinal, se é uma personagem, ela não tem uma vida que interesse a ninguém, não é mesmo?”, comentou Tia Crey.
