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Por mais que o isolamento social tenha sido uma realidade de todos,na sua particularidade, cada um vivenciou de forma distinta. Se por um lado experienciamos situações singulares, por outro, a falta de contato com o mundo externo e com outras pessoas nos trouxe uma saudade em comum. Não por acaso houve o aumento na busca por apps de relacionamento. E é dentro desse contexto que surgiu Amor de Quarentena, do autor e cineasta argentino Santiago Loza. Uma microficção, que estreia no dia 14 de setembro, via Whatsapp, com direção de Daniel Gaggini e grande elenco.
A ideia é criar uma experiência de intimidade entre o ator e espectador. Ao comprar o ingresso, o público escolhe um dos artistas do elenco — Reynaldo Gianecchini, Mariana Ximenes, Débora Nascimento ou Jonathan Azevedo — para guiá-lo ao longo da experiência de 13 dias. São mais de 60 mensagens de voz e texto, além de áudios, vídeos, canções e fotos, que reconstruirão esse vínculo amoroso imaginário.
“O personagem, no caso quem compra a série, vive esse romance com os atores e atrizes que estão dando vida ao texto. Uma conversa de WhatsApp que transita em muitos sentimentos”, contou Jonathan Azevedo à Coluna. Em meio à pandemia, Amor de Quarentena vem para mudar a lógica da produção teatral e brincar com os limites da ficção, com as formas de relato propostas pelos novos meios de comunicação.
“Gosto da ideia do amor que volta em um momento em que há tantas más notícias circulando e o futuro se torna tão frágil. Nos faz lembrar de que somos finitos, que não existe eternidade e que sentimos a necessidade de nos aferrar ao amor. Assim, a cada dia, uma nova mensagem nos espera, nos distrai, nos renova a ilusão”, observa o autor Santiago Loza.
E para sensação de proximidade e verosimilhança serem ainda maiores, os atores foram além da concepção de seus personagens, produziram também as fotos e vídeos e escolheram as canções que serão enviadas ao público. “A ideia foi criar um vínculo do passado a partir das experiências pessoais dos atores, usando suas próprias casas como locações e os diversos sons e ruídos que o cotidiano produz. Isto provoca uma sensação de intimidade, uma experiência única”, diz Gaggini, que, com Luciana Rossi e Juliana Brandão, trouxe o projeto para o Brasil.
“Uma experiência incrível, sério, eu que amo tanto poesia amei a escrita e a liberdade de interpretação do texto. São duas pessoas vivendo uma troca de sentimentos no meio da pandemia. Estou amarradão por fazer parte desse elenco e muito mais por trazer a linguagem da comunidade pra esse novo lugar”, revelou Jonathan Azevedo à coluna.
É importante lembrar que, em todos os lugares onde o projeto estreou, parte da arrecadação com os ingressos foi destinada a uma entidade que auxilia artistas e técnicos das artes cênicas, atualmente sem trabalho por conta da pandemia. No Brasil, o fundo escolhido foi o Marlene Colé, gerido pela APTI – Associação de Produtores Teatrais Independentes, com sede em São Paulo/SP.
Veja como funciona
Ao comprar o ingresso pelo site www.sympla.com.br, o espectador deve escolher com qual ator/atriz deseja vivenciar a experiência e informar seus dados (nome, e-mail e telefone). O site é 100% seguro e não expõe os dados coletados. É possível também comprar ingressos para outras pessoas.
O espectador recebe uma mensagem via WhatsApp com informações básicas sobre a experiência informando, por exemplo, que eventuais respostas às mensagens não serão respondidas, que utilize fones de ouvido, que salve o contato com o nome de uma pessoa especial, que não compartilhe as mensagens e que relaxe de suas atividades cotidianas para disfrutar melhor da experiência.
Durante 13 dias seguidos e em diferentes horários, as mensagens desse amor do passado, interpretado pelo artista escolhido, chegarão por meio do WhatsApp.