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Biel não consegue escapar de seu passado bad boy. Porém, mesmo com um histórico carregado de polêmicas, o funkeiro chega à final de A Fazenda 12 como um dos favoritos a conquistar o pódio. E, de quebra, o recheado prêmio de R$ 1,5 milhão.
O que poderia ser um ponto fora da curva, parece ser o modus operandi de quem assiste ao reality show: apostar nos “garotos problemas”. Afinal, desde a primeira edição do programa, rapazes com históricos questionáveis conseguem conquistar o telespectador a ponto de vencerem.
Quem não lembra de Dado Dolabella, campeão da edição de número um, que ganhou a bolada de R$ 2 milhões três meses após agredir Luana Piovani? Mas ele não está sozinho. Rafael Ilha também levou R$ 1,5 milhão apesar do passado lidando com várias prisões.
Mesmo nas edições mais recentes: Lucas Viana se consagrou vencedor de A Fazenda 11 após uma conturbada passagem pelo reality Are You The One, da MTV, no qual agrediu outro participante. Ainda na atração da extinta emissora, Viana enfrentou acusações de assédio sexual por parte de suas ex-colegas de confinamento.
Freud explica
De onde vem esse encantamento pelo “desajustado”? Segundo a psicóloga Amanda Celi Souza da Silva, o pai da psicanálise, Sigmund Freud, dizia que o ser humano tende a gostar também daquilo que é errado, pois a mente de uma pessoa é dividida em três tipos de consciência: o ID, o ego e o superego.
O ID, responsável pelos desejos inconsciente, é que nos faz ter vontade pelo errado, pois guarda todos os nossos anseios primitivos e proibidos. Dentre eles, podemos citar a paixão pelos bad boys. Se o vilão conseguir nos provar que houve um motivo para ele ter errado, o telespectador tende a sentar para acompanhar sua história de redenção.
Sendo assim, há grandes chances de um antagonista também cair nas graças do público — pense em quantas novelas em que o mocinho era o menos interessante da história. Ainda segundo a especialista, a sociedade tem cultivado menos o herói, perdendo o interesse pela saga do ser humano altruísta, pois tudo isso está muito longe do que nós realmente somos — imperfeitos e cheios de falhas.
Assim, torna-se fácil compreender por que o telespectador de um reality show como A Fazenda pode se enxergar mais em alguém como Biel do que em um participante de perfil ameno, como o do primeiro eliminado, Fernandinho BeatBox. “Não é bonito você admitir que gosta daquele personagem visto como ‘mau’, mas é humano admitir que gosta dele pois o vilão é verdadeiro e assumido naquilo que deseja e no que faz. Por exemplo, o Biel remete a essa visão do bad boy. Ele atrai muito mais olhares do que os demais e isso acontece de forma inconsciente”, disse.
Verdade seja dita, ninguém consegue se apaixonar por pessoas apáticas ou politicamente corretas o tempo todo. Ainda mais em um programa de entretenimento. Dentro de um reality show como A Fazenda, no qual o ego de subcelebridades ou estrelas que foram esquecidas digladiam para conquistar um espaço na mídia novamente, é impossível não haver conflitos. E o público da atração, ao contrário do BBB, sente a necessidade de conhecer alguém de verdade, ou seja, uma personalidade que não segue scripts ou que enxergue o confinamento como férias para o autoconhecimento.