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“Não precisa espremer a TV e sair sangue”, diz âncora do Cidade Alerta

Luciana Leicht faz parte do pequeno grupo de mulheres à frente de um programa de TV policial

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1 de 1 cidade alerta 1 - Foto: Reprodução

Há pouco mais de dois anos no comando do Cidade Alerta Minas, exibido pela afiliada da Record TV, a TV Paranaíba, a jornalista Luciana Leicht já cativou o público mineiro que se identifica com as pautas trazidas pelo programa. Também ganhou destaque na mídia e nas redes sociais pelos posicionamentos firmes e que saem um pouco da linha conservadora de apresentadores do jornalismo policial.

Para ela, falar o que pensa ao vivo não é um problema. “Trabalho em um lugar que me permite ser a Luciana Leicht. Não é um personagem. Esse é meu nome verdadeiro e, portanto, sou eu mesma o tempo todo. Bocuda, encrenqueira, chorona… Sou acolhida, respeitada, trabalho com uma equipe incrível e tenho todo o suporte que preciso para fazer um Cidade Alerta Minas cada vez melhor”, afirmou Leicht.

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Ela apresenta o Cidade Alerta Minas
E tem sido destaque por seus posicionamentos
Bem distantes do conservadorismo típico desses jornalísticos
Um exemplo!
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Luciana Leicht

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Ela apresenta o Cidade Alerta Minas

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E tem sido destaque por seus posicionamentos

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Bem distantes do conservadorismo típico desses jornalísticos

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Um dos momentos marcantes da jornalista na TV aconteceu recentemente, quando rebateu um bar no interior de Minas Gerais que se dizia adepto de valores cristãos e não aceitava militância LGBTQI+ no local. “Que raio de valor cristão é esse que você tá usando? Não coloque religião nisso, porque se você quer ser preconceituoso, assuma. 2020 e eu ainda tenho que noticiar casos de homofobia, casos de transfobia”, disse Luciana no vídeo.

O trecho viralizou rapidamente e foi compartilhado por personalidades como Bruna Marquezine, Felipe Neto e Luísa Sonza. “Pra mim, eu disse apenas o óbvio. Mas estamos vivendo um momento tão confuso e conturbado no qual até o óbvio precisa ser dito e de forma clara. Quando meu comentário tomou essa proporção toda, vi que o que faço ainda é pouco nessa tentativa de transformar pessoas. Vi que preciso ser bocuda para poder brigar por quem a sociedade quer esconder, apagar, exterminar”, explicou a jornalista.

“Não é preciso espremer a TV e sair sangue”

Mesmo sendo alvos de críticas, os programas policiais continuam tendo bons números de audiência. Para quem faz parte do meio, como Leicht, a forma de abordar estas pautas pode ser sempre mais humana. “Vejo que hoje, pelo menos no Cidade Alerta Minas, temos a preocupação de preservar as vítimas e respeitar os direitos de todas as partes. Não é preciso espremer a TV e sair sangue para que o telespectador entenda o caos que vivemos na segurança pública e nos demais setores. Podemos trabalhar as histórias de forma mais humana e respeitosa. A violência está aí. Não é novidade pra ninguém. Eu vou continuar mostrando, falando e brigando por melhorias. Mas, acima de tudo, quero manter a esperança em dias melhores pautados no amor e no respeito”, opinou.

A experiência no jornalismo policial também coloca a apresentadora como uma das poucas mulheres à frente de um programa do gênero, predominantemente apresentado por homens. “Ser mulher nesse meio é como ser mulher em qualquer lugar: difícil. Mas vejo que estamos dominando mesmo tendo que lutar muito. Ainda há um conservadorismo doentio que precisa ser derrubado, uns olhares tortos para serem enfrentados e uma tentativa constante de desqualificação do nosso serviço”, observou Luciana.

A jornalista acredita que é preciso uma participação feminina maior não só na área dela, mas em todos os lugares. “Precisamos da nossa presença, da nossa voz e da nossa força. Precisamos ocupar todos os espaços porque somos incrivelmente capazes. Só mulheres conseguem falar sobre mulheres. Só nós sabemos as dificuldades, dores e lutas que a gente enfrenta para conseguir um espaço nessa vida maluca”, finalizou.

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