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Eric Surita, que utiliza suas redes sociais para conscientizar sobre problemas de saúde mental, revelou que sofre de ciclotimia. O transtorno, semelhante à bipolaridade, causa oscilações de humor, com momentos de depressão ou euforia. Em conversa com a coluna, o apresentador contou o que sentia antes de receber o diagnóstico e como superou o medo de enfrentar a doença.
“Eu sentia muita angústia pelas mudanças de humor antes de ser diagnosticado. Eu não conseguia entender o fato de, por exemplo, no verão, estar muito mais feliz e me sentir realizado. De repente alguma frustração ou adversidade, me fazia sentir uma culpa tremenda – e quando eu percebia, tinha tomado alguma atitude extrema da qual alguns meses depois repensava e me arrependia”, afirmou.
As oscilações de humor levaram Eric a procurar ajuda médica, e o diagnóstico de ciclotimia, a princípio, o assustou. “Após um longo período de frustrações profissionais, comecei a terapia da qual nunca mais creio que vou parar. Mas tive bastante medo do transtorno afetar minha vida pessoal, porque já tive relações muito afetadas por conta dessa montanha-russa de emoções e intensidade a mil”.
Em entrevista à revista Marie Claire, Eric contou que já passou por duas crises depressivas intensas e que, em uma delas, teve um surto psicótico, que o levou a ter pensamentos suicidas, crises de ansiedade e choro incontrolável. No entanto, o apresentador conseguiu estabilizar a doença com acompanhamento psiquiátrico e medicamentos para evitar passar por novas crises.
O isolamento social elevou os casos de depressão e ansiedade no Brasil. De acordo com pesquisa do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), os números de diagnósticos dobraram desde o início da quarentena. Enquanto o percentual de pessoas com depressão saltou de 4,2% para 8,0%, o de pessoas com quadros de ansiedade foi de 8,7% para 14,9%. Felizmente, Eric não se deixou abater pelo momento.
“Como eu havia superado recentemente uma crise depressiva, confesso que estava preparado psicologicamente e estruturado para aguentar a pandemia com novos hábitos e uma rotina adaptada. Assistir ao noticiário nas primeiras semanas do isolamento e criar teorias conspiratórias sobre o vírus me faziam beirar um pouco de loucura. Porém tomei a atitude de me abstrair e me resguardar”, contou ele.
Uma das maneiras que Eric encontrou para falar sobre saúde mental com o público foi através do programa Pessoas Precisam de Pessoas, na Jovem Pan. “Creio que é um conteúdo com valor social e função pública a longo prazo. Ano que vem estaremos de volta!”, comentou. A primeira temporada teve como convidados Tico Santa Cruz, Amanda Ramalho, Márcio Atalla e o padre Fábio de Melo.
A coluna lembra que, durante este mês, está sendo realizado o Setembro Amarelo, uma campanha brasileira anual de conscientização sobre saúde mental e depressão e prevenção ao suicídio. Se você acha que está tendo problemas relacionados à sua saúde mental ou conhece alguém que está passando por alguma dificuldade, procure ajuda no CVV ou com alguém de sua confiança. Não sofra em silêncio.