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A revista Veja que chega neste final de semana às bancas surpreendeu com uma grande reportagem sobre os cancelados da internet. Os repórteres João Batista e Marcelo Marthe apontaram que o Tribunal da Internet não tem perdão: basta uma simples conduta fora do que seria considerado moralmente e politicamente correto no ambiente virtual e pronto, o influenciador é “cancelado”.
A publicação fez uma relação entre personalidades atuais e grandes nomes do passado. E, mesmo com séculos de distancia, as atitudes foram as mesmas: o pensamento repugnante de não respeitar o próximo.
O texto relembra o motivo do cancelamento de pessoas como a blogueira fitness Grabriela Pugliese, que desrespeitou o isolamento social da pandemia e, em uma festa, disse “foda-se para a vida”. A escritora JK Rolling, autora da saga de Harry Porter, foi cancelada após acusações de transfobia.
A atriz Alessandra Negrini, que se fantasiou de índia no Carnaval, provocando as minorias, foi igualmente cancelada. O astro hollywoodiano Johnny Depp foi cancelado por uma conduta duvidosa no relacionamento. Até a Princesa Isabel, após ficar notório que ela foi pressionada pelos revolucionários franceses para abolir a escravatura, mesmo sem Instagram e internet, também foi cancelada. Cristóvão Colombo, um dos maiores mercadores de escravos da história, teve sua estátua removida em São Francisco, na Califórnia, após as autoridades locais declararem que suas atitudes foram incompatíveis com a justiça racial.
O médico Drauzio Varella foi cancelado recentemente depois que a TV Globo exibiu uma reportagem no Fantástico. O gesto de solidariedade do médico em abraçar a detenta trans Suzy, condenada por matar e estuprar uma criança de nove anos, foi mal recebido. A internet não perdoou e “esculachou” o médico em um evento radical.
O cantor Eduardo Costa também enfrentou o tribunal por uma declaração sobre o filho da sertaneja Taeme em uma live com Leonardo: “Me leva para ver o seu menino, que aí eu fico olhando pro menino e consigo dar uma trepada, eu lembro do menino, aí eu fico lá trepando e lembrando do seu menino: ‘Ô menino bonito’. Aí faço um igual’”. Ele, depois, apareceu chorando e pedindo perdão pelo ato, mas foi tarde: já havia sido banido do território da internet.
A revista cita até cancelamento da cantora Anitta, caso que Leo Dias, que comanda esta coluna, expôs, em relação a amizade dela com Preta Gil, Mariana Ruy Barbosa e Ludmilla. Bang bang!
O que sabemos é que a internet é um lugar onde todos tem voz e que atitudes veladas no mundo social não são toleradas no virtual. E, ao que parece, essa onda de “justiçamento”só está começando. Tudo indica que as pessoas não estão mais tolerando nenhum tipo de atitude, mesmo as ferem sem intenção, tornando o cancelamento um evento imperdível e altamente violento. Quem cancela os canceladores?
Reportagem de Dan Beligoli