Candidatos à Presidência são abundantes – e afoitos – no Brasil
O governador de São Paulo, que mal e mal chegou ao cargo que ocupa, já é um dos candidatos mais agitados
atualizado
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Num país com tantas carências como o Brasil, é realmente um conforto saber que há um produto, pelo menos, que existe em abundância plena, total e ilimitada: candidatos à presidência da República.
Mas como assim, se o atual presidente ainda não completou nem o seu primeiro ano no cargo, e ainda faltam mais de três anos para a próxima eleição? Pois é: não faz nexo algum, a não ser como palhaçada, mas é o que temos no momento.
Na verdade, está ficando difícil montar uma lista com os candidatos para a eleição de 2022, visto que aparece um a cada quinze minutos. Daqui a pouco, com certeza, vamos ter gente se apresentando para disputar a presidência nas eleições de 2026, ou mesmo de 2030. E por que não as de 2034, já que se chegou até aqui? O sonho de todos é o mesmo: Bolsonaro está morto, Lula não leva e aí fica na cara que só eu posso ganhar.
O governador de São Paulo, que mal e mal chegou ao cargo que ocupa, já é um dos candidatos mais agitados. Parece ter algum tipo de compulsão que o leva a eleger-se para uma coisa e candidatar-se, logo em seguida, para outra: abandonou a Prefeitura de São Paulo para virar governador, e agora se mostra pronto a pedir a Presidência.
O governador do Rio de Janeiro, que nem os cidadãos do seu próprio Estado sabiam até outro dia quem era, se acha capaz de fazer um arrastão de votos em São Paulo, “Oropa”, França e Bahia e se tornar o nosso próximo presidente.
Há um apresentador de televisão que encanta uma pasta política disforme chamada “anti-Lula-PT liberal”, ou alguma outra bobagem desse tipo. É gente que quer ganhar de Lula falando mal de Bolsonaro. Na última eleição, tiveram 4% dos votos. Que fase.
* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.