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Amazônia em chamas? Por que se calam quando diminuem incêndios?

No acumulado dos 10 meses de 2019, os incêndios na Amazônia estão abaixo da média dos últimos 20 anos

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Victor Moriyama/Getty Images
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto de 2019 e julho deste ano, os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram aumento de 34,5%, na comparação com os 12 meses anteriores
1 de 1 Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto de 2019 e julho deste ano, os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram aumento de 34,5%, na comparação com os 12 meses anteriores - Foto: Victor Moriyama/Getty Images

E agora – onde está a convulsão mundial diante da destruição da Amazônia pelos incêndios na floresta, sempre anunciada para acontecer a qualquer momento? O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, esse mesmo que os ambientalistas do Brasil e do mundo declaravam, até outro dia, ser um templo na ciência pura, imparcial e abastecida por dados da Nasa, acaba de informar que a Amazônia teve, em outubro, o menor número de queimadas registradas para este mês desde 1998.

Não foi só outubro. No acumulado dos 10 meses de 2019, os incêndios na Amazônia estão abaixo da média dos últimos 20 anos. Como não dá para dizer que isso é propaganda do “agronegócio”, a notícia foi recebida com o silêncio de um cemitério à meia-noite. Que interesse pode ter alguma coisa positiva que acontece na Amazônia? Zero, é claro.

É o exato contrário quando se fala de problemas – reais ou imaginários. Ainda no final de agosto, o presidente da França, Emmanuel Macron, dizia ao mundo que a Amazônia “arde em chamas”. O discurso continua incompreensível até hoje, por ausência completa de pé e cabeça.

Como, segundo ele próprio, a floresta amazônica é o “pulmão” da humanidade, o homem exigiu “a mobilização de todas as potências mundiais” para não deixar mais o Brasil continuar destruindo o planeta – e outras bobagens parecidas, ou piores. Aí sim: a mídia entrou em transe, falou- se em “intervenção internacional” na Amazônia e as chamas de Macron tiveram os seus 15 minutos de fama. Só que a floresta continua lá. Vida que segue.

* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.

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