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TCDF é acionado após GDF abrir espaço a Niemeyer sem obra do arquiteto

Documento é assinado pelo distrital Leandro Grass, que critica Secretaria de Cultura por mudar a destinação original do equipamento público

atualizado

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Tribunal de Contas do DF apura denúncia sobre a dona do instituto contratado pela Secretaria de Saúde
1 de 1 Tribunal de Contas do DF apura denúncia sobre a dona do instituto contratado pela Secretaria de Saúde - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Uma representação protocolada no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), nessa segunda-feira (26/08/2019), questiona o GDF  sobre a decisão de ter reinaugurado o espaço Oscar Niemeyer sem obras e projetos do conhecido arquiteto.

A medida foi tomada após o Metrópoles publicar críticas do ex-genro do modernistas e também atuante na construção de Brasília, o arquiteto Carlos Magalhães da Silveira. Ele indignou-se ao receber a notícia, publicada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), de que o equipamento seria abrigo para uma exposição do artista plástico goiano Siron Franco e, com isso, mudar o conceito do espaço, criado em 1988 pelo então governador José Aparecido.

“Não se discute a qualidade do trabalho daquele artista, reconhecido nacionalmente, com obras expostas em diversos museus e espaços do Brasil e do mundo. Mas causa espécie que a reabertura do local não tenha qualquer referência ao homenageado. Recorde-se o fato de que a doação só foi possível porquanto vinculada ao referido objeto. Se assim não fosse, a construtora não teria doado o imóvel construído”, escreveu o deputado distrital Leandro Grass (Rede) ao Tribunal de Contas.

Ele se baseia também no alerta feito por Magalhães da Silveira à reportagem. “Eu era secretário de Obras quando o então governador me chamou para determinar a construção do local, erguido para abrigar a Fundação Oscar Niemeyer e todo o acervo dele. O que estão fazendo é uma verdadeira traição à história da nossa capital”, acusa Magalhães.

Na visão do defensor da cidade, a escolha do artista plástico para ocupar um espaço dedicado exclusivamente à obra do principal arquiteto de Brasília é um “atestado de descomprometimento” do governo com o legado de Niemeyer. “Para mim, isso é um acinte”, disparou.

Veja a representação:

Representação Secretaria de Cultura by Metropoles on Scribd

“Centro de exposições”

Fechado há seis anos pela falta de manutenção para abrigar o acervo em homenagem ao principal arquiteto de Brasília, o Espaço Oscar Niemeyer foi reaberto nesse sábado (24/08/2019). De acordo com o GDF, a reforma do espaço Oscar Niemeyer durou cinco anos e custou cerca de R$ 1 milhão aos cofres públicos.

Com a reabertura, o local passará a servir “como espaço expositivo e será dirigido por Charles Cosac, que também está à frente do Museu Nacional da República”. O equipamento será reaberto com a exposição Césio 137do artista plástico Siron Franco.

À reportagem, o Tribunal de Contas informou que as representações protocoladas recebem um número para começar a tramitação. “Caso a representação seja conhecida pelo Plenário, inicia-se a análise de mérito, ou seja, se as alegações contidas na representação procedem ou não e se há necessidade de determinar alguma medida.”

Quando questionado pela coluna sobre o tema, o secretário-executivo de Cultura e Economia, Cristiano Vasconcelos, confirmou que a concepção do espaço foi para homenagear o arquiteto, mas informou que o convênio com a Fundação Oscar Niemeyer expirou em 2013. De acordo com o representante da pasta, desde então, não houve a possibilidade de renovar o acordo, visto que “as contas da entidade foram reprovadas” para administrar o espaço.

Vasconcelos aponta que houve “irresponsabilidade” de antigos gestores com a manutenção do patrimônio tombado. “A situação do local estava deprimente. O governo reassumiu o espaço e, desde então, melhorias têm sido feitas para a reabertura”, afirmou.

O secretário-executivo não vê problema no fato de a reinauguração do cartão-postal não contar com homenagem ao arquiteto com mais obras públicas da cidade. “O que não podemos permitir é o Espaço Niemeyer ficar largado como estava. O que o governo fez foi revitalizar um local que é público e estava ocioso.”

Procurada mais uma vez, a Fundação Oscar Niemeyer não retornou aos contatos feitos pela reportagem.

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