metropoles.com

Senado quer acabar com indultos para crimes de corrupção e colarinho

Instrumento presidencial garante a extinção de pena para quem praticar ilegalidades não violentas e que se enquadrem nas regras atuais

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
julgamento impeachment
1 de 1 julgamento impeachment - Foto: null

O Senado Federal analisa uma proposta de acabar com o indulto presidencial para quem praticou crimes de colarinho branco, incluindo lavagem de dinheiro e corrupção em geral. A prerrogativa controversa do titular do Palácio do Planalto garante o perdão da pena para crimes não violentos, com sua consequente extinção. A permissão é prevista pela Constituição Federal.

Pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Casa, ficam fora da possibilidade do benefício quem praticou, além de crimes hediondos ou equiparados, os condenados por atos contra a Administração Pública, ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos e valores e crimes contra o sistema financeiro nacional. “O indulto de 2017 permitiu, de forma inédita em nosso ordenamento, que os condenados por crimes do colarinho branco deixassem a prisão após o cumprimento de fração ínfima da pena judicialmente imposta”, justifica o texto do projeto. Pelas regras em vigor, o benefício é garantido para criminosos que tenham cumprido ao menos um quinto da pena.

“O espírito desse projeto é que a corrupção tem se tornado o maior flagelo do país e é uma prática que leva à morte, já que tira dinheiro que poderia salvar vidas de pessoas na rede pública de saúde, por exemplo. É um crime gravíssimo e quem o comete não deve ter benefício algum”, defendeu o autor da proposta, senador Lasier Martins (Podemos-RS), 2º vice-presidente da Casa (na foto em destaque).

Condenado pelo mensalão, o ex-deputado federal José Genoino (PT) foi um dos beneficiados nos últimos anos pela regra que ainda está em vigor. Ele teve a pena extinta pelo STF, em 2015, com base no perdão previsto no indulto de Natal. O ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas, condenado no mesmo episódio, também foi favorecido pelo indulto em anos anteriores.

Ex-dirigentes do Banco Rural Kátia Rabello e José Roberto Salgado, além do publicitário Ramon Hollerbach Cardoso, ex-sócio do operador do esquema, Marcos Valério, cumpriam pena em liberdade e obtiveram, do Supremo Tribunal Federal (STF), a “extinção da punibilidade” dos seus casos, quando a lei retira do Estado o direito de punir alguém.

Pesquisa

Recente pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, ligado à Secretaria de Transparência da Casa, indica que pelo menos 59% dos brasileiros não conhecem a existência do indulto presidencial. Dos entrevistados, 81% responderam ser contrários à concessão do benefício para condenados por crime de colarinho branco. Em outro questionamento, 85% disseram defender que os criminosos cumpram as penas até o fim, sem redução.

Além disso, para metade dos entrevistados (50%), a proibição do perdão para condenados por corrupção tornará o combate a esses crimes mais eficiente. Por outro lado, para um terço (32%), essa medida não vai fazer diferença no combate à corrupção. Outros 12% desacreditam que uma proibição como essa possa tornar o combate menos eficiente.

A pesquisa, à qual o Metrópoles teve acesso, ouviu 2.392 cidadãos de todas as unidades da Federação, por meio de ligações para telefones fixos e móveis, no período de 21 de agosto a 3 de setembro deste ano. A amostra é estratificada, totalmente probabilística, com alocação proporcional à população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A margem de erro é a de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

STF

Em março, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) validaram o decreto de indulto natalino editado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), em 2017. Com a decisão, condenados que se enquadram nas regras poderão solicitar o benefício na Justiça, incluindo acusados de corrupção. Entre os possíveis beneficiados está o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, também condenado no processo do Mensalão do PT.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?