Secretaria de Saúde suspende testes de Covid-19 em postos montados no DF
Pasta justificou estar impedida de realizar diagnósticos após decisão da Justiça que investiga suposto superfaturamento nas compras
atualizado
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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou, nesta quarta-feira (15/7), que está impedida de realizar a testagem rápida e em massa da Covid-19, tanto nas unidades básicas de saúde (UBSs) quanto nos pontos de drive-thru espalhados pelo DF. A partir de agora, portanto, fica suspensa a realização de exames na população em geral, modalidade defendida por autoridades sanitárias como forma de conter a propagação da pandemia.
A decisão ocorre após a Justiça ter suspendido o processo de compra de um milhão de kits, que já estava em andamento para dar continuidade à testagem nas unidades da rede pública local. No mesmo despacho, foi interrompido o processo de contratação de 100 mil testes na modalidade drive-thru e suspenso, inclusive, o pagamento dos exames já aplicados.
Os magistrados apuram denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) sobre possível superfaturamento nas compras. “É fato que houve variação no valor dos testes no momento de cada compra em função da demanda provocada pela pandemia em todo o mundo”, registra a pasta, em comunicado público.
Pela falta dos kits, a determinação é que as 300 mil unidades do exame recebidas recentemente como doação da Receita Federal sejam aplicadas exclusivamente nas UBSs e em hospitais da rede, uma vez que esse modelo depende de centrifugação de amostra sanguínea, porque são recomendados para soro ou plasma, identificando apenas o anticorpo IgM, o que o inviabiliza a testagem de rua.
Falta de testes
O Metrópoles revelou na terça-feira (14/7) a falta de testes em várias unidades públicas de saúde do Distrito Federal. De acordo com a coluna Grande Angular, a ausência do material foi confirmada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e em unidades básicas de saúde.
Além da unidade referência para tratamento de pacientes com a Covid-19, as UBSs de Taguatinga, Águas Claras e Vicente Pires não têm os itens.
A reportagem apurou que na UBS do Gama os profissionais fazem a testagem apenas quando é “realmente indicado”, pois alguns cidadãos estariam procurando a unidade toda semana a fim de realizar o exame.
No Hran, os testes rápidos para detecção do coronavírus estão em falta pelo menos desde a semana passada. “Vou fazer no laboratório particular porque não tem teste na rede pública”, disse à coluna Grande Angular uma pessoa que procurou o Hran na manhã dessa terça-feira (14/7) e não conseguiu fazer o exame.