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Quatro hospitais já passam dos 70% de ocupação de leitos por Covid-19 no DF

Unidade regional de Santa Maria, HBDF e UPA de Samambaia atingiram níveis de alerta. Hran chegou a 69,2% de internações de infectados

atualizado

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1 de 1 Paciente-chegando-ao-Hran1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Pelo menos quatro hospitais públicos localizados no Distrito Federal ultrapassaram a marca de 70% de ocupação de leitos destinados ao tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Nessa quinta-feira (18/6), os índices eram de 72% no Hospital de Base, 81% no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia; além de quase 92% no Hospital Universitário de Brasília, de responsabilidade da Universidade de Brasília (UnB).

Além desses, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no atendimento à doença no Distrito Federal, alcançou a casa dos 69,2% de internações, fato que acende a luz amarela sobre a proximidade de lotação dos leitos disponibilizados pela rede. As informações estão disponíveis na Sala de Situação, site criado para monitorar o avanço da doença no Distrito Federal.

Das unidades públicas listadas para atendimento de adultos, o Hospital de Ceilândia (HRC) é o que ainda mantém a maior margem de leitos disponíveis e registra ocupação de 26,6% da capacidade total, segundo dados alimentados pela Secretaria de Saúde e atualizados às 16h25 de quinta-feira.

De acordo com o Governo do Distrito Federal (GDF), atualmente, dos 406 leitos de Covid-19 disponibilizados nas redes pública e particular, 66,91% estão ocupados com pacientes em quadros considerados graves e muito graves, com necessidade de suporte de ventilação mecânica.

Conforme os dados levantados pelas autoridades sanitárias locais, 88,28% dos pacientes infectados pelo novo coronavírus ficam internados por até 15 dias. Já os que necessitam de um prazo maior, acima de uma quinzena, representam 11,72%, sendo que 3,30% passam mais do que um mês sob cuidados médicos avançados.

Confira os números: 

Superlotação

Para a infectologista Joana D’arc Gonçalves, mestre em medicina tropical pela Universidade de Brasília (UnB), o cenário requer bastante atenção, já que as confirmações de novos pacientes e também os óbitos têm crescido recentemente.

“De quinze dias para cá, percebemos que dobrou o número de mortes com relação ao início da pandemia no DF. Embora nossa taxa de óbito ainda esteja baixa com comparação a outras unidades da Federação, é importante acompanhar essa curva de registros, já que medidas de retomada das atividades foram autorizadas e o vírus tem um ciclo de até 15 dias no corpo”, explicou.

A médica prefere não antecipar quando, mas alerta que o esgotamento da capacidade de atendimento pela rede hospitalar do Distrito Federal está próximo.

“Se a gente for comparar a abertura do comércio justamente no momento em que a curva de infecções cresce, se levarmos ainda em conta as famílias de baixa renda que não têm condições de distanciamento e isolamento em casa, o que a gente espera é um aumento considerável de pacientes já nos próximos dias, tanto de internações na rede pública quanto na privada. Não consigo precisar a data, mas posso afirmar que a lotação dos leitos será em breve, infelizmente”, disse.

O Distrito Federal registrou, nesta quinta-feira, 14 mortes em decorrência do novo coronavírus. Com os novos casos, o número de moradores da capital do país que faleceram com Covid-19 chega a 344. A quantidade de pessoas contaminadas desde o início da pandemia subiu para 28.521. Foram 1.381 diagnósticos positivos nas últimas 24 horas.

Em contato com o Metrópoles, a Secretaria de Saúde informou que a rede pública local “está ampliando, gradativamente, o número de leitos para receber os pacientes acometidos pela Covid-19”.

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