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Pesquisa da UnB indica que leitores de portais conhecem mais sobre Covid-19

Segundo o levantamento, usuários que buscam informações apenas no WhatsApp, por exemplo, sabem menos que pessoas que nunca usaram o app

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teste drive-thru coronavírus
1 de 1 teste drive-thru coronavírus - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Os leitores de veículos da imprensa profissionais, como o Metrópoles, têm um nível de conhecimento 5% maior do que os que nunca usam essas fontes para se informar sobre a pandemia do novo coronavírus. Usuários frequentes de WhatsApp sabem 3% menos que pessoas que nunca usam o aplicativo.

Os dados são resultado da pesquisa “A comunicação no enfrentamento à Covid-19”, elaborada pelo Centro de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília (CPS-UnB) e auxiliado por pesquisadores de outras universidades brasileiras (UFG e UFPR), além da internacional Western University, no Canadá, e outras da iniciativa privada.

O nível de preocupação com a doença também aumenta à medida em que cresce o uso dos portais de notícias: de 20% para os brasileiros com uso baixo para 23% dos com uso moderado e 57% dos com uso alto.

Em relação aos mecanismos de busca na internet, apenas 13% dos brasileiros com uso baixo desses mecanismos mostram-se bastante ou muito preocupados com a Covid-19, contra 24% dos com uso moderado e 64% dos com uso alto.

Para alcançar o cenário, o estudo entrevistou 2.771 pessoas, numa amostra que buscou representar a população brasileira com cotas de gênero, idade, região geográfica e classe social. As entrevistas foram realizadas entre os dias 23 de setembro e 2 de outubro.

Indicador

A pesquisa mensurou um indicador de conhecimento sobre a Covid-19 a partir de respostas certas a 17 questões sobre a transmissão e os cuidados de prevenção em
relação ao Sars-Cov-2.

As pessoas que usam com frequência buscadores de internet como Google também estão mais informados (4% a mais) do que os demais entrevistados. Já os usuários intensivos de redes sociais sabem 2% menos que os que nunca usam essas plataformas para se informar sobre a doença.

“As diferenças parecem ser pequenas, mas, em alguns casos, separam pessoas que sabem das que não sabem, por exemplo, que é possível ser infectado pelo coronavírus mesmo quando você está usando máscara ou quando a pessoa infectada não tem febre”, explica Pedro Mundim (UFG), um dos integrantes do consórcio de pesquisadores que conduz o estudo.

Segundo o levantamento, também têm menos informação sobre a Covid-19 pessoas que avaliam favoravelmente o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e os segmentos mais pobres ou com menos escolaridade da sociedade brasileira. Não há diferenças importantes por gênero, idade, religião, raça ou região geográfica do país.

Segundo Max Stabile, do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), esses valores indicam efeitos positivos dos portais de notícia e dos mecanismos de busca. “Uma maior preocupação com a doença, neste caso, é algo positivo, já que as pessoas tendem a buscar mais informações sobre a doença ou ter atitudes mais responsáveis, como usar máscaras, manter o distanciamento social, lavar as mãos ou não participar de aglomerações”, diz.

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