Justiça penhora imóvel no DF de empresa acusada de pirâmide financeira
GSAF Investimentos é suspeita de aplicar golpes em investidores brasileiros que podem chegar na casa de R$ 30 milhões
atualizado
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O Tribunal de justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou a penhora de um imóvel em Águas Claras, cidade do Distrito Federal, pelo não pagamento a investidores. O apartamento pertence à empresa GSAF Investimentos Ltda., suspeita de praticar pirâmide financeira, o que é proibido por lei.
A empresa investe em criptomoedas. Caso seja confirmada a acusação, a prática configura crime contra a economia popular, por se tratar de esquema de obtenção de lucros por meio de especulações e meios fraudulentos, que causou prejuízo a vários investidores.
Em março deste ano, o presidente da GSAF Investimentos, Alexandro Rodrigues Alves, chegou a forjar o próprio sequestro para não arcar com os pagamentos dos investidores, com os quais a empresa tem dívidas. Ele foi descoberto e preso após investigação da Polícia Civil de Sergipe, conforme noticiado pelo Metrópoles. Atualmente ele está solto, após beneficiado por habeas corpus expedido pela Justiça.
Depois de ser denunciado por pelo menos 14 investidores de Brasília, o casal Alexsandro Rodrigues Alves e Geslanne Nunes de Souza Azevedo, além de outras seis partes, passaram a responder juridicamente pela acusação de golpes, que podem totalizar a soma de R$ 30 milhões.
Bens penhorados
A empresa já teve R$ 1 milhão bloqueado para o pagamento de uma dívida com um usuário que investiu a mesma quantia na firma. Em outra ação, a Justiça do Distrito Federal determinou o bloqueio de R$ 45 mil para o pagamento de duas clientes que também não receberam seus investimentos, além do bloqueio de um imóvel avaliado em R$ 2,5 milhões. Esse são apenas alguns de muitos processos em que a empresa é alvo.
De acordo com o advogado do caso, Felipe Bayma, sócio do escritório Bayma e Fernandes Advogados Associados, o Grupo GSAF Investimentos, como mencionado por alguns magistrados, utiliza de métodos de negócios que caracterizam a pirâmide financeira.
“Essa empresa atraiu investidores com a promessa de rendimentos diários acima do que é oferecido normalmente pelo mercado financeiro, conquistando centenas de pessoas que desejam empreender no mercado financeiro, em diversos estados da Federação. Só no TJDFT já somam 134 ações em desfavor da referida empresa”, destaca Bayma.
Para o advogado, a penhora conquistada é uma grande vitória, “tendo em vista que, nesse tipo de demanda, a maior dificuldade dos consumidores que sofreram o dano é encontrar bens das empresas passíveis de penhora”, conclui.
Durante a terça-feira (13/10), a reportagem procurou, sem sucesso, todos os envolvidos na ação que corre dentro do TJDFT por meio de telefones registrados em operadoras telefônicas, e-mails e até mesmo pelos de canais de comunicação oferecidos pelas páginas virtuais das empresas na internet. O espaço segue aberto para o contraditório e garantido para posicionamentos futuros.