metropoles.com

Justiça nega desbloqueio dos bens de empresário alvo de Operação Contêiner

De acordo com a 3ª Turma Criminal, há requisitos legais para manter a decisão da instância anterior contra Cláudio Haidamus

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Sede do TJDFT
1 de 1 Sede do TJDFT - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) negou, nesta sexta-feira (18/9), um recurso apresentado pela defesa do empresário Cláudio de Albuquerque Haidamus para que a Justiça liberasse os valores apreendidos na Operação Contêiner, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). A decisão é da 3ª Turma Criminal e foi tomada de forma unânime entre os desembargadores, que votaram por manter a sentença da 1ª Vara Criminal de Brasília.

O bloqueio de bens foi deferido em ação cautelar, proposta pelo MPDFT, após a operação que ocorreu em abril do ano passado. A ofensiva resultou na denúncia do empresário e de outros réus pela prática de crimes de fraude à licitação, associação criminosa e peculato, decorrentes de um possível esquema para desvio de recursos da Secretaria de Saúde do DF.

Conforme argumentou a defesa do réu no recurso à 3ª Turma Criminal, os bens foram liberados em processo que analisou a prática de improbidade administrativa, decorrentes dos mesmos fatos, e tanto o magistrado quanto os desembargadores concluíram não haver prejuízos aos cofres públicos. Assim, segundo o defensor do empresário, esse também deveria ser o entendimento para o processo que analisa a questão do ponto de vista criminal.

Os desembargadores concluíram, no entanto, que estavam presentes os requisitos legais exigidos para a manutenção da medida de bloqueio dos bens. “Dessa forma, observa-se que não poderia ser outra a decisão no pedido de liberação de valores que não o indeferimento”, registra a recente decisão.

“Isso porque a decisão que decretou o sequestro, como dito linhas acima, está devidamente fundamentada na presença dos requisitos legais, sendo certo que a constrição se mostra necessária para o ressarcimento dos danos causados pela suposta conduta criminosa”, completa o entendimento.

3 imagens
Rafael Barbosa e Elias Miziara também foram alvo da denúncia aceita pela Justiça
No DF, as UPAs são geridas pelo Iges
1 de 3

No entendimento do juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública, houve imperícia da equipe médica

Daniel Ferreira/Metrópoles
2 de 3

Rafael Barbosa e Elias Miziara também foram alvo da denúncia aceita pela Justiça

Valter Campanato/ABr
3 de 3

No DF, as UPAs são geridas pelo Iges

JP RODRIGUES/METRÓPOLES
Operação Contêiner

Em 9 de abril de 2019, os investigadores do Ministério Público agiram simultaneamente no Distrito Federal e nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Goiás e Minas Gerais. A operação foi um desdobramento da Lava Jato. Foram investigadas contratações da empresa Metalúrgica Valença Indústria e Comércio, realizadas pela Secretaria de Saúde do DF, para entrega de materiais e montagem de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e estabelecimentos assemelhados.

Na oportunidade, foram presos os ex-secretários de Saúde Rafael Barbosa e Elias Miziara (veja foto na galeria acima); o ex-secretário-adjunto de Gestão Fernando Araújo; o ex-subsecretário de Saúde José Falcão; o ex-subsecretário de Atenção Primária Berardo Augusto Nunan; além de Edcler Carvalho, diretor comercial da Kompazo, empresa que vende produtos hospitalares, e do próprio empresário Cláudio Haidamus.

Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPDFT, a suposta organização criminosa seria capitaneada pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) e determinou o direcionamento do pregão presencial internacional da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro em favor da Metalúrgica Valença. A partir daí, de acordo com as provas e depoimentos de colaboradores, iniciaram-se tratativas para o pagamento de propina em favor do grupo de Sérgio Cabral.

Operação Gotemburgo

Com a colheita de novas informações, recentemente, uma nova fase das investigações resultou na operação Contêiner, a qual, por sua vez, originou a Operação Gotemburgo, na manhã do último dia 10 de setembro. Novas buscas e apreensões tentam colher provas sobre um suposto esquema de corrupção dentro da Secretaria de Saúde, investigado pelo MPDFT.

Os investigadores indicam a existência de núcleos específicos para a realização do superfaturamento de compras de equipamentos e insumos hospitalares realizadas entre 2009 e 2015 no DF, num esquema inspirado na gestão Cabral no Rio de Janeiro.

De acordo com a ação apresentada na a 1ª Vara Criminal de Brasília pelo Gaeco, pelo menos dois grupos atuavam paralelamente com o objetivo de unir interesses e facilitar a aquisição de materiais que teriam causado um rombo de cerca de R$ 123,2 milhões, em valores atualizados, em pelo menos 11 processos licitatórios do GDF.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?