GDF prevê início da reforma do Teatro Nacional até o fim de 2020
Convênio publicado no DODF desta segunda (3/8) abre caminho para a restauração da Sala Martins Pena com recursos do Ministério da Justiça
atualizado
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Um convênio publicado no Diário Oficial (DODF) desta segunda-feira (3/8) abre caminho para que a Secretaria de Cultura e Economia Criativa e a Companhia Urbanizadora de Brasília (Novacap) deem início à esperada restauração do Teatro Nacional Claudio Santoro, fechado ao público há seis anos.
Com o documento autorizado, o Governo do Distrito Federal (GDF) passará a elaborar o processo licitatório de reforma total da Sala Martins Pena. Os recursos serão destinados pela pasta responsável pelo cartão postal à empresa pública com o objetivo de contratar serviços técnicos necessários à complementação dos projetos da licitação da obra.
A etapa é exigida antes da apresentação do Projeto Básico para a Caixa Econômica Federal (CEF).
A partir de agora, a Novacap ficará responsável por conduzir a licitação, tornando-se o principal braço executor das obras de interesse do Executivo local, prestando o apoio necessário para que a revitalização da Martins Pena possa, de fato, começar. “Temos a obrigação moral de devolver o Teatro Nacional para a população não apenas de Brasília, mas do Brasil”, afirmou o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues.
Ao Metrópoles, o titular da pasta informou que a parceria firmada entre os dois órgãos públicos será “a luz no fim do túnel” pra abrir licitação. “Esse processo não dura menos de seis meses. A disputa deve estar liberada até o final do ano, se apertarmos o passo”, adiantou.
Recursos
No fim de 2019, a Secretaria de Cultura conseguiu captar R$ 33 milhões do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O dinheiro será destinado exclusivamente à reforma da Sala Martins Pena, a segunda mais importante do complexo do Teatro Nacional.
O projeto prevê o restauro completo da Sala Martins Pena, incluindo acessibilidade do local, segurança, acústica, iluminação cênica e mudanças nas poltronas, palco e também no piso. Além disso, serão realizadas melhorias no foyer e até mesmo na cafeteria que atende o espaço.
Os painéis de Athos Bulcão nas áreas internas e externas e o paisagismo de Burle Marx também serão recuperados. Após a reforma da Martins Pena, todos os movimentos se voltam para a Sala Villa-Lobos, a maior sala de espetáculos do cartão postal de Brasília.
A reabertura do Teatro Nacional é uma reivindicação antiga, já que está fechado desde 2014, na esteira das exigências de segurança surgidas a partir do incêndio da boate Kiss na cidade de Santa Maria (RS). O local é patrimônio cultural do DF e do Brasil e foi palco de inúmeras apresentações de valor artístico reconhecido, como os concertos da Orquestra Sinfônica e até espetáculos de grandes companhias mundiais, como o Balé Bolshoi, da Rússia.
O Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD) é um fundo de natureza contábil, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, criado em 1988 para gerir recursos procedentes das multas e condenações judiciais e danos ao consumidor, entre outros.
Os valores são utilizados para financiar projetos de órgãos públicos e entidades civis que visem a reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos.