Fé no voto: campanha ameaça relação de pastor e presbítero do PSC-DF
Integrantes da Assembleia de Deus, dois candidatos a deputado distrital travam batalha política e religiosa em busca dos mesmos eleitores
atualizado
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O presidente da Juventude Nacional do Partido Social Cristão, Samuel Oliveira (na foto em destaque), tem um sonho: quer conquistar uma cadeira na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Mas sabe que seu projeto se choca com o do presidente regional da legenda, Daniel de Castro, que também deseja o cargo.
Para completar, os dois são da mesma igreja: a Assembleia de Deus. Samuel é presbítero; Daniel, pastor. Os votos, reconhece ele, são do mesmo público.
Com 24 anos e muito atuante na sigla, o jovem teme ser boicotado pelo próprio partido. Para não correr risco, preferiu se antecipar quando reuniu, no último sábado (27/1), cerca de 60 lideranças na QL 18 do Lago Sul. Lá, cravou: “Chegou a minha vez”.
Com o bom trânsito que possui na Executiva nacional do PSC, Samuel não vai aguardar a boa vontade do presidente no DF. Trabalha para que a decisão parta de cima para baixo. Apesar dos “inúmeros” convites de filiação a outros partidos, esbanja, ele diz que a mudança de agremiação ocorrerá apenas em último caso. “Eu tenho amor pelo partido, mas espero que o partido tenha amor por mim também”, condiciona.Apesar do cuidado de tratar como “pré-campanha”, o jovem advogado já assume o tom de candidato. Diz estar insatisfeito com “o mal exemplo que a bancada evangélica tem dado na Câmara Legislativa”. Samuel especifica o episódio no qual envolve a deputada Sandra Faraj (SD) em suposto esquema de desvio de verba indenizatória. Segundo ele, esse é apenas um dos motivos para defender a renovação na política.
Concorrente experiente
O possível concorrente e correligionário foi candidato na última eleição pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (hoje MDB) . Com apoio do ex-governador Agnelo Queiroz (PT) e do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB), recebeu cerca de 9 mil votos. Não foi eleito. Por coincidência, o estreante Samuel Oliveira contabiliza o mesmo número de eleitores.
Apesar da queda de braço cristã, o pastor Daniel não aparenta estar preocupado com os rumos da disputa partidária. O telefone estava fora de área. Ele está no litoral da Bahia, onde descansa nas férias e recarrega energias para possivelmente encarar mais uma campanha pela frente. Pelo jeito, nem que seja contra o próprio companheiro. Tudo em nome de Deus.