Falso Negativo: ex-integrantes da Saúde do DF debochavam de trabalho do MP
Eduardo Pojo e Emmanuel Carneiro fizeram piadas sobre procuradora Cláudia Fernanda ao sugerir grupo de trabalho para fiscalizar pandemia
atualizado
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Antes mesmo da Operação Falso Negativo, o então diretor de Aquisições Especiais da pasta, Emmanuel Carneiro debochou, em conversa mantida com o ex-secretário adjunto de Gestão em Saúde Eduardo Pojo (foto em destaque), da atuação da procuradora Cláudia Fernanda, do Ministério Público (MPC), que atua junto ao Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Então integrantes da cúpula da Secretaria de Saúde, Pojo e Carneiro foram presos de forma preventiva pela Justiça e exonerados do cargo quando já estavam na carceragem. Nesta sexta-feira (25/9), eles e mais 13 investigados tornaram-se réus no caso.
De acordo com a ação cautelar que tramita na 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), na 3ª fase da operação, o ex-gestor comentou com desdém uma matéria publicada pela Coluna Janela Indiscreta sobre o pedido da integrante do MPC de criar um grupo de trabalho para investigar ações emergenciais da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus.
“Viu que a Cláudia Fernanda falou que vai começar a perseguir a gente, né. Aahahahahaha”, escreveu Carneiro para o colega que atuou no segundo escalão da pasta.
Veja a conversa:
Impunidade
A denúncia indica que os dois se vangloriam de responder a processos nos órgãos de controle e de escapar deles, exaltando a certeza da impunidade; eles fazem pouco caso do superfaturamento de medicamentos destinados ao tratamento de doença gravíssima como a Hepatite C (Alfaepoetina e Ribavirina) e “tratam como piada a ausência de estimativa de preços e, quiçá, de projeto básico de uma determinada contratação”.
“Sei não. Ainda acho que vamos responder até a alma, mas bora”, escreveu Carneiro Na resposta, Pojo tranquiliza o ex-colega: “Ahhuahahuahuaa, filho, se Alfaepoetina não conseguem pegar… nós vamos pagar pelo que nem levamos?? Fala sério, cadê a justiça?”, ironizou.
Na peça, os investigadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do DF e Territórios, responsável pela denúncia, elogiam a conduta da procuradora do MPC. “Evidentemente, nenhuma outra postura poderia se esperar da respeitável 2ª Procuradoria do Ministério Público de Contas, onde dra. Cláudia Fernanda de Oliveira Pereira desempenha papel relevantíssimo em prol da sociedade do Distrito Federal na fiscalização das contas públicas.”