metropoles.com

DF: Defensoria Pública pede que escolas abriguem população de rua

DPDF argumenta que medida evita a contaminação pelo novo coronavírus e que pessoas vulneráveis sejam vetores da doença

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Brasília (DF), 03/10/2018 DF NA REAL Moradores de rua Local: Asa norte Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 03/10/2018 DF NA REAL Moradores de rua Local: Asa norte Foto: Hugo Barreto/Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Uma ação civil pública ajuizada no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) pede que o Governo do Distrito Federal (GDF) utilize as estruturas públicas de escolas e centros esportivos para abrigar pessoas em situação de rua enquanto durar a quarentena de isolamento social como prevenção ao novo coronavírus.

A solicitação é de autoria da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) e da Defensoria Pública da União (DPU), mas ainda não foi analisada pelos magistrados. A Corte concedeu 72 horas para que o governo local se manifeste sobre medidas adotadas para resguardar essa população.

“Desde que foi anunciada a pandemia pela Organização Mundial da Saúde [OMS], e que todos os entes federados do Brasil tomaram medidas relativas às pessoas em situação de rua, a primeira determinação da OMS foi ficar em casa, mas essas pessoas não têm casa e ainda apresentam comorbidades e vivem em grupos, o que fazem delas um grupo de risco”, explicou Francisca Gabrielle, uma das autoras da ação.

De acordo com a defensora pública, ainda faltam medidas efetivas do poder público para essa população vulnerável. “Se eles pegam o vírus, viram um vetor da Covid-19. A gente ainda não tem notícia de que existam pessoas em situação de rua com o coronavírus, mas a cada dia que passa esse risco aumenta. Como temos insistido nas respostas das políticas práticas, decidimos que não dava mais para esperar e ingressamos com essa ação na Justiça”, emendou.

Francisca Gabrielle argumentou também que a ideia de transformar escolas públicas e centros esportivos em abrigos temporários surgiu pelo fato de ser menos oneroso para os cofres públicos. “A gente entende que é uma solução rápida e que o GDF não teria de demandar tanto orçamento. Afinal, são estruturas públicas que já existem, têm estrutura sanitária e que estão ociosas para ser usadas como alojamento”, propõe.

Os 11 centros olímpicos espalhados pelo DF também podem surgir como opção. “A partir do momento que a gente distribui esses moradores, conseguimos atender a recomendação da OMS, já que não configurará aglomeração, e deixá-los mais seguros. Não queremos um depósito desumano. Queremos resguardar as vidas dessas pessoas e também da população do DF”, completou.

Higiene

Na mesma ação, a DPDF e a DPU pedem a disponibilização de alimentos e higiene para toda a população de rua e requerem multa de R$ 15 mil por dia no caso de o DF descumprir a determinação. Atualmente, são cerca de 3.423 pessoas nessa situação no DF – grande parte no Plano Piloto, Gama, Taguatinga e em Ceilândia.

Caso a Justiça não aprove a utilização dos equipamentos públicos para alojamentos, as defensorias pedem que o Distrito Federal custeie um quarto de hotel para cada pessoa que o solicitar até o fim do isolamento social recomendado pelas autoridades.

A ação prevê também outras medidas de prevenção e cuidados relacionados à população em situação de rua, em especial quem faz parte do grupo de risco da Covid-19, e se estende aos servidores, terceirizados e demais colaboradores que atendam a esse segmento da população, para que recebam equipamentos de proteção individual (EPIs) usados para reduzir o risco de contágio.

O que o GDF diz:

Procurado, o Governo do Distrito Federal informou não ter sido notificado sobre a decisão da Justiça. Contudo, explicou que tem realizado medidas preventivas com o objetivo de proteger as pessoas em situação de rua.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, recentemente, “as ruas do Setor Comercial Sul receberam limpeza reforçada” com o objetivo de diminuir o risco de contaminação dessa população pelo novo coronavírus. “Segundo levantamentos recentes, cerca de 350 pessoas vivem nas ruas da região central da capital federal.”

Além disso, continua o Palácio do Buriti, banheiros do mesmo endereço estão sendo reformados. No total, são oito cabines que vão contar “com chuveiros, vasos sanitários e pias”.

O governo pontua ainda que, desde o dia 25 de março, equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social intensificaram o trabalho voltado à segurança alimentar da população em situação de rua e passaram a distribuir, além do almoço, o jantar. “Cerca de duas mil marmitas estão sendo entregues em todas as regiões onde há pessoas vivendo nessas condições”, finaliza.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?