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CPI do Feminicídio apura alto índice de atestados na Casa Abrigo do DF

De acordo com a Secretaria da Mulher, desde 2008, foram registradas quase 2 mil licenças médicas de psicólogos e 706 de assistentes sociais

atualizado

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O alto índice de afastamentos de servidores da Casa Abrigo causados por doença chamou a atenção dos integrantes da CPI do Feminicídio, que realizou uma oitiva virtual, nesta segunda-feira (19/10), com a secretária da Mulher do DF, Ericka Filippelli.

De acordo com a gestora, de 2008 até hoje, foram registradas quase 2 mil licenças médicas só de psicólogos que atuam no programa local de acolhimento de mulheres em situação de violência sob grave risco de vida.

“Temos equipes dentro da Casa Abrigo, mas a gente identificava, por exemplo, que muitas mulheres entravam e saíam de lá sem que passassem pelo atendimento de psicólogos e assistentes sociais, especialistas. Isso é muito triste”, afirmou.

Durante a audiência, Ericka reconheceu que há sobrecarga de trabalho para os 37 servidores do programa, o que resulta no afastamento. “Quando a gente começa a ter sobrecarga de trabalho, os servidores trabalhando fora de suas áreas de competência, a gente gera a sobrecarga e, com certeza, o adoecimento”, disse.

Atualmente, os servidores trabalham 24 horas por 72 horas, de todas as especialidades, incluindo os técnicos administrativos. Segundo Ericka, nos meses de julho e agosto, esse serviço atuou apenas 11 dias, com a presença de um psicólogo, e quatro, com a atuação de um pedagogo, por exemplo, pelo excesso de atestados.

“É muito grave o nível de adoecimento dos trabalhadores, revelado pela secretária da Mulher durante a oitiva. A CPI do Feminicídio precisa investigar a fundo as condições de trabalho dos servidores da Casa Abrigo, e de toda a rede de atendimento, para exigir que o GDF se comprometa com novas contratações. Estamos falando de serviços essenciais para o acolhimento de mulheres em situação de violência”, ressaltou o deputado distrital Fábio Felix (PSol), integrante da comissão parlamentar de inquérito.

Casa da Mulher Brasileira

Durante a mesma audiência, os deputados Fábio Felix e Arlete Sampaio (PT) cobraram um prazo para a reativação da Casa da Mulher Brasileira, na Asa Norte, que está interditada há mais de dois anos por problemas estruturais. Segundo a secretária Ericka Filippelli, as obras não foram retomadas e não há previsão para o início da reforma. Sobre o orçamento da secretaria, a gestora disse que só será possível detalhar recursos específicos para a pasta em 2021.

Por enquanto, pontuou a secretária, o GDF tem trabalhado para a mudança de endereço do programa, enquanto não pode acolher mulheres, por riscos no prédio apontados pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF). A ideia é que o projeto mude de local, temporariamente, durante a reforma.

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