Ciro sobre brasileiros na China: “Não sente vergonha, Bolsonaro?”
Ex-presidenciável criticou titular do Planalto que defende medidas duras para permitir o retorno de quem esteve em cidades com coronavírus
atualizado
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Candidato derrotado ao Planalto, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) criticou duramente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), neste domingo (02/02/2020), após brasileiros que estão na China implorarem a repatriação ao chefe do Executivo. As pessoas estão na cidade de Wuhan, na China, na província de Hubei, epicentro da epidemia de coronavírus.
“Isto é enojante! Deixar brasileiros no risco máximo, abandonados, enquanto gasta no cartão corporativo com mordomias recorde e transforma a FAB [Força Aérea Brasileira] numa empresa de turismo para a família e auxiliares deslumbrados! Não sente vergonha, Bolsonaro?”, atacou.
No vídeo gravado pelos compatriotas, publicado na manhã deste domingo (02/01/2020), aparecem várias pessoas lendo uma carta conjunta na qual afirmam não estarem infectadas pelo coronavírus. Pontuaram o desejo de deixar a cidade – que passa por uma epidemia da doença – e, por fim, se disseram dispostas a cumprir quarentena no Brasil ou em outro lugar que as autoridades locais de vigilância epidemiológica considerem adequado.
“Solicitamos que sejam tomadas medidas imediatas para a repatriação voluntária de brasileiros que atualmente estão em Wuhan e que manifestem a sua intenção nesse sentido”, diz um dos integrantes do grupo. Os cidadãos que aparecem no vídeo também lembram outras situações em que houve operações de repatriação e pedem, inclusive, o apoio da Força Área Brasileira para isso.
Repatriação
Na sexta-feira (31/01/2020), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o retorno dos brasileiros estaria condicionado à criação de uma lei de quarentena e à aprovação de recursos no Congresso Nacional. “Se não tivermos [o procedimento da quarentena] redondinho no Brasil, não vamos buscar ninguém”, sentenciou. “Seria uma irresponsabilidade quem porventura decidir retirar pessoas que vêm dessas regiões afetadas da China para cá. Se lá temos algumas dezenas de vidas, aqui nós temos 210 milhões.”