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Cemitérios do DF criam sala exclusiva para mortos por coronavírus

Empresa atende protocolo do GDF, que exige prazo de até 24 horas após confirmação do óbito para funeral dos corpos de vítimas da Covid-19

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Enterro de vítima do coronavírus
1 de 1 Enterro de vítima do coronavírus - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Por causa da pandemia do novo coronavírus e a alta taxa de letalidade causada pela doença, os seis cemitérios localizados no Distrito Federal tiveram de se adaptar à nova realidade. Por determinação do Governo do Distrito Federal (GDF), desde o dia 3 de abril, a Campo da Esperança  – administradora dos espaços – reservou uma sala exclusiva dentro de cada unidade para receber corpos de vítimas da fatais da enfermidade.

A deliberação atende o Protocolo de Manuseio de Cadáveres e Prevenção para Doenças Infecto Contagiosas com Ênfase em Covid-19, publicado pelo GDF em 27 de março, pelo Executivo local. A exigência foi estabelecida como forma de isolar os corpos liberados pelos hospitais públicos e particulares após o horário de funcionamento dos cemitérios.

“A concessionária Campo da Esperança atende a necessidade de recebimento de corpos das vítimas de Covid-19 ou suspeitos de infecção, em qualquer horário do dia ou da noite, inclusive finais de semana e feriados, em todas as unidades cemiteriais do DF. Em cada uma delas, foi reservada uma sala para receber os corpos, portanto, não há impedimento para liberação desses corpos em qualquer dia e horário da semana, inclusive feriados nas unidade hospitalar”, endossa um documento expedido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) e que a reportagem teve acesso.

De acordo com o GDF, os óbitos causados pelo novo coronavírus ou mesmo aqueles investigados como possível vítima da pandemia, devem ter prioridade no enterro com a urna lacrada, sem que ocorra o velório de despedida. Para o funeral, o governo estipulou o prazo de até 24 horas após a confirmação do óbito.

“Caso a recepção da urna mortuária ocorra fora do horário de atendimento cemiterial, o serviço funerário contratado poderá armazenar a urna, excepcionalmente, no cemitério em área designada para esse fim, em área restrita e com a devida segurança, até a abertura das atividades do cemitério, devendo a inumação ou cremação ocorrer no prazo máximo de 24 horas após o óbito”, registra o protocolo do Executivo local.

Procurada pelo Metrópoles, a concessionária confirmou que tem cumprido as novas regras estipuladas pelo governo local. “A Campo da Esperança Serviços Ltda informa que segue todas as determinações presentes no Protocolo de Manuseio de Cadáveres e Prevenção para Doenças Infecto Contagiosas com Ênfase em Covid-19 publicado pelo GDF em 27 de março”.

Jazigos

A responsável pelos seis cemitérios localizados no Distrito Federal informou recentemente que há 1,7 mil jazigos prontos e não utilizados, o que representa uma reserva para cinco, mas podendo chegar a seis meses para o serviço funerário. A empresa diz, porém, que a abertura de sepulturas é uma ação rotineira e não há plano emergencial por causa da pandemia do novo coronavírus.

Além dos jazigos novos, a Campo da Esperança  afirma que há gavetas não utilizadas em sepulturas já adquiridas. “São cerca de 90 mil gavetas disponíveis para as famílias que já pagaram pelo espaço. Essa reserva garante estoque para cerca de 8 anos”, informou a concessionária em nota.

Os jazigos podem ter uma, duas ou três gavetas. Em cada uma delas, é possível depositar um caixão e duas urnas com restos mortais já exumados, mas são exclusivos das famílias que adquiriram os espaços. A exumação é permitida no DF após três anos do sepultamento.

Sepultamento sem velório

Recentemente, a Campo da Esperança decidiu seguir as recomendações das autoridades e suspendeu velórios para corpos com suspeita do novo coronavírus. Nesses casos, há apenas o sepultamento, com a urna fechada.

Embora não tenham contato direto com o corpo das vítimas, já que os caixões chegam lacrados, a empresa reforçou o uso de equipamentos de proteção para os funcionários que manuseiam os caixões.

“Os sepultadores não têm contato algum com o corpo de vítimas suspeitas ou confirmadas da Covid-19. Mesmo assim, usam máscara, luvas e óculos, além do uniforme, para reforçar a proteção individual”, pontuou.

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