Victoria’s Secret recebe críticas por casting sem diversidade
Diretor de marketing da marca diz que show não deveria ter transexuais e incendeia debate
atualizado
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O Victoria’s Secret Fashion Show 2018 foi gravado na última quinta-feira (8/11) e trouxe várias novidades, como a despedida da angel brasileira Adriana Lima e as parcerias da marca de lingerie com a designer Mary Katrantzou e com a Swarovski, que assinou o Fantasy Bra. Contudo, um comentário do diretor de marketing da empresa, Ed Razek, acabou colocando a exuberância do desfile em segundo plano.
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O show da Victoria’s Secret é transmitido em 190 países e conta com mais de 800 milhões de espectadores, porém, mesmo com tamanha difusão, a marca tem se negado a atender o desejo de suas consumidoras – que todos os anos clamam por mais diversidade no casting. Para se ter ideia, o tamanho médio do público feminino nos EUA, lar da VS, é 46, mas, ainda sim, a etiqueta nunca convocou uma modelo plus size para seu show.
A Vogue, atenta às críticas das consumidoras nas redes sociais, resolveu questionar os dirigentes da marca a respeito da relutância em selecionar modelos mais diversificadas, mas as respostas do diretor de marketing da empresa acabaram incendiando ainda mais o debate.
Ed Razek iniciou a entrevista afirmando que a Victoria’s Secret tem se esforçado para diversificar seu elenco nos últimos anos. Em 2018, por exemplo, a etiqueta convocou Winnie Harlow, primeira modelo com vitiligo a trabalhar no show. Segundo o diretor, a label já considerou incluir modelos plus size na passarela, porém, quando foi questionado sobre a presença de transexuais no desfile, a resposta não agradou.
“As pessoas perguntam se nós não deveríamos ter transexuais no show, mas eu acho que não. Por que não? Porque o show é uma fantasia. É um especial de 42 minutos com função de entreter. É o único desse tipo no mundo e qualquer outra marca de moda no mundo agiria assim, incluindo os concorrentes reclamando de nós. Eles nos criticam porque somos os líderes”, respondeu Ed à revista.
As declarações de Razek resultaram em uma série de críticas nas redes sociais. Depois da repercussão negativa, ele se retratou no Twitter.
“Minha observação sobre a inclusão de modelos transgênero no programa foi considerada insensível. Peço desculpas. Para ser claro, nós, com certeza, contrataríamos modelos transgênero para o show. Nós tivemos modelos transgêneros nos castings, mas assim como várias outras, elas não conseguiram. Nunca foi sobre gênero. Admiro e respeito vocês por buscarem ser quem realmente são”.
Na internet, os apelos por um elenco mais diversificado são recorrentes há pelo menos cinco anos. Em 2015, a modelo Tess Holliday compartilhou uma foto usando lingerie com a legenda “Se a Victoria’s Secret precisar de uma angel plus size, me ligue”. Um ano depois, Ashley Graham postou uma ilustração de si mesma como a primeira profissional plus size no desfile da Victoria’s Secret e ganhou mais de 150.000 likes no post, mas ambas foram ignoradas pela VS.
Embora a comunidade trans esteja ganhando mais visibilidade nas semanas de moda, a Victoria’s Secret nunca se interessou. Em 2013, mais de 50.000 pessoas assinaram uma petição pedindo aos diretores de elenco da empresa que considerassem a modelo Carmen Carrera. Em abril deste ano, Leyna Bloom lançou uma campanha no Twitter na qual conseguiu mais de 100.000 curtidas e 34.000 retweets, mas sem sucesso. Até quando a gigante das lingeries vai ignorar suas consumidoras?
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Colaborou Danillo Costa