Veja as primeiras criações de Amina Muaddi para a Fenty, da cantora Rihanna
Apontada como a grande revelação do mercado de calçados, a designer romena foi anunciada como colaboradora da grife em dezembro
atualizado
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Desde que lançou sua marca homônima, em 2018, Amina Muaddi é uma figura em ascensão no mundo da moda. Seus sapatos, repletos de traços geométricos, amarrações e acabamentos reluzentes, conquistaram nomes como Kylie e Kendall Jenner, Kim Kardashian, Dua Lipa e Rihanna. A estrela de Barbados, inclusive, não se contentou em ser apenas cliente da romena. Depois de ver as sandálias da designer se tornarem o calçado mais desejado no site de buscas Lyst, a cantora decidiu unir forças com a estilista, convidando-a para integrar o time de criadores de sua grife de luxo, Fenty. Nessa quarta-feira (14/7), a aguardada parceria entre as duas finalmente chegou ao mercado, trazendo alguns exemplares que devem se tornar hits do verão no Hemisfério Norte.
Vem comigo conferir!
Segundo Jahleel Weaver, diretor criativo adjunto da Fenty, trazer Muaddi para a marca foi uma decisão natural. Além de ter chamado atenção de Rihanna com suas criações cheias de personalidade, a designer mostrou estar em sintonia com a proposta da casa de luxo.
“Amina, obviamente, é extremamente talentosa e tem um ótimo ponto de vista. Porém, ela também personifica os valores da Fenty. Como Rihanna, ela é uma mulher moderna desenhando para a mulher moderna”, contou ele à Vogue.
Weaver, braço direito da artista na etiqueta do grupo LVMH, foi o responsável por apresentar as duas estilistas. Ele viu os sapatos de Muaddi nas redes sociais e imediatamente encomendou um par para sua chefe, ainda no início de 2019.
Ambas as empresárias são adeptas do contraste de formas e estilos, finalizando elementos masculinos, minimalistas e oversized com saltos delicados e marcantes. Assim como Rihanna, Amina aposta nos sneakers durante o dia, mas, quando a noite chega, é a vez dos saltos.
“Adoro Nikes clássicos e o Yeezy, provavelmente, para usar com uma calça mais elegante. Todavia, eu não vejo o tênis como um sapato de dança. Eu nunca uso sapato fechado à noite. Os saltos têm um tipo de mágica. Eles são como um uniforme de supermulher”, defendeu a designer romena ao The Guardian.
Amina, que chegou ao mercado ainda em 2013, como uma das sócias da label Oscar Tiye, já é equiparada a labels tradicionais, como Louboutin, Jimmy Choo e Manolo Blahnik. O sucesso da romena se deve não só à mensagem poderosa carregada pela sua “empresa de luxo 100% pertencente a minorias étnicas”, mas pelos traços inovadores que a profissional de 34 anos trouxe para o segmento de calçados.
Para se reinserir na indústria por meio de sua etiqueta homônima, após deixar a antiga sociedade, em 2017, Muaddi apostou em uma reinterpretação do salto agulha. “Os saltos altos estavam muito grossos, muito vintage. Não pareciam modernos o suficiente”, lembrou a estilista ao The Guardian.
Chamado atualmente de salto taça, o formato finalizado com uma espécie de pirâmide acabou sendo bem aceito, não só por seu design marcante, mas pelo conforto e estabilidade que proporciona. As sandálias de Amina se tornaram o segundo acessório mais procurado no mecanismo de buscas Lyst, perdendo apenas para os cintos da Gucci. “Eu quero enaltecer a confiança, a beleza e a feminilidade. Quero que minhas clientes se sintam prontas para dominar o mundo e superar os seus medos”, garantiu à Vogue.
Parceria com a Fenty
Para sua estreia na Fenty, Muaddi preferiu não usar seu salto-assinatura, optando por uma versão cilíndrica de 10 centímetros. Porém, outras características de seu trabalho, como as tiras e os bicos quadrados, foram evidenciadas nos modelos desenvolvidos para a grife.
“Eu queria fazer algo diferente: quatro estilos que refletissem o DNA da Fenty de forma única e forte. Eu sempre mantenho a estética feminina que caracteriza o meu trabalho, mas, desta vez, tinha o universo industrial na minha mão. Jahleel tinha muitas referências também. É uma coleção de verão, então eu sabia que não íamos fazer botas”, comentou Amina à Vogue.
De acordo com a designer, as inspirações para a linha vieram de um passeio que ela fez com Weaver nas ruas de Londres, em outubro de 2019. “Fomos na feira de arte Frieze e nos apaixonamos por umas pinturas enormes do Sterling Ruby. Ao lado delas, entraram no nosso mood board algumas outras obras e muitas referências de cores e tapeçarias do artista Diedrick Brackens”, detalhou à publicação.
Amina, que está acostumada a desenvolver mais de 100 modelos de sapato por temporada, para sua etiqueta homônima e para a Alexandre Vauthier, teve que aprimorar seu poder de síntese nas criações da Fenty. “São apenas quatro modelos e senti muita tensão, porque haveria muita atenção em cima deles. Também tive que me adequar às estratégias da Fenty, pois eles trabalham com see now buy now [veja agora, compre agora]. Eu não podia mostrar para os compradores e ter um feedback, como normalmente acontece. Você desenha os modelos, valida com o time, certifica que tudo está certo e vai direto para produção, o que é um pouco assustador”, confessou.
A estilista adianta que ela e a Fenty já estudam a possibilidade de fazer uma coleção um pouco maior. “A Rihanna é tão calorosa e aberta às ideias. Isso foi o que mais me marcou. Ela gosta de tentar coisas novas e não tem medo de arriscar. ‘Ri’ prova os produtos e testa-os por conta própria. É legal ver que ela se importa em como a pessoa vai se sentir usando aquilo”, relatou.
Durante os primeiro 14 meses da Fenty, que deu à Rihanna o título de primeira mulher negra a ocupar a direção criativa no grupo LVMH, a artista estabeleceu um espírito de coletividade. Lançando apenas duas coleções ao ano, ela encontrou nas parcerias uma forma manter as vendas da etiqueta de luxo em alta.
Além de Amina, ela conta com seu fiel escudeiro, Jahleel Weaver; Sai Ta, da britânica Asai, que colaborou com a Fenty em uma coleção com 24 modelos em dezembro passado; Marco Panconesi, o consultor de joias da label; e Kwame Brathwaite, nome por trás do movimento Black is Beautiful.
“Quando você conhece a Rihanna, você percebe que ela é tudo aquilo que você achou que seria. Ela é gentil e engraçada. É exigente, mas também muito generosa. Sendo a primeira mulher negra a liderar uma marca de moda do LVMH, o maior conglomerado de luxo do mundo, ela prometeu uma equipe talentosa e multicultural, apoiada pelos recursos do grupo. RiRi está fazendo história, implementando mudanças nos mais altos níveis em nosso setor”, argumentou Weaver, ao comentar a nova linha de sapatos da Fenty ao The Guardian.
Colaborou Danillo Costa