Silvia Venturini Fendi fala sobre a diminuição do ritmo na moda
Em entrevista ao podcast do Business of Fashion, a estilista destaca as incertezas do momento e avalia o futuro do segmento fashion
atualizado
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A estilista Silvia Venturini Fendi foi uma das convidadas do Business of Fashion Podcast. Em edição especial, a italiana falou sobre as próprias perspectivas em relação ao isolamento social e ao futuro da indústria fashion. A conversa também foi transmitida ao vivo pelo YouTube.
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A diretora criativa da Fendi, membro da terceira geração da grife, dialogou com Tim Blanks para a plataforma. Ela está em isolamento social desde 8 de março e vive na Itália, um dos países mais afetados pelo novo coronavírus. Silvia lembrou que a situação veio à tona de um jeito impressionante e até paradoxal.
“Tudo aconteceu muito rapidamente e devagar ao mesmo tempo”, avaliou. “Temos uma relação com o tempo muito bizarra nesses dias. Houve uma grande ruptura, uma grande mudança, e temos a sensação de que os dias são todos iguais”, explicou a designer.
Na opinião de Silvia Venturini Fendi, a indústria da moda não será a mesma depois da crise. Contudo, ela enxerga as possíveis mudanças de forma positiva.
“Há um enorme ponto de interrogação em tudo”, disse. “É uma bela oportunidade de mudar as coisas, olhar as coisas de maneira diferente e evoluir de uma maneira positiva”, completou.
Para a estilista, a inatividade pode ser estimulante. Ela está aproveitando o período de reflexão para pesquisar e melhorar as abordagens da marca. Também tem se dedicado no sentido de desenvolver cada vez mais roupas práticas e duradouras, além de refazer itens do arquivo da Fendi.
A italiana destacou ainda a importância dos cientistas neste momento difícil. Segundo a estilista, a tecnologia terá um papel cada vez mais importante na moda, como em compra e venda de mercadorias, apresentações digitais e até uso de realidade virtual para exibir coleções.
A diretora criativa acredita que o futuro da indústria fashion está em peças inteligentes. Por exemplo, camisetas que medem a pressão sanguínea ou luvas que calculam a saturação de oxigênio.
“Eu estava pensando, talvez alguém que esteja nos ouvindo tenha uma ideia de como fazer: um par de sapatos criado com um laser que gira em torno de seus pés para determinar a distância [de aproximação, devido às recomendações de saúde]”, imaginou Silvia Fendi.
Um ponto importante abordado foi a necessidade de tirar aprendizados por meio das dificuldades e repensar o fluxo da moda. Para a estilista, a transparência e o diálogo vão aumentar.
Silvia Fendi sugere que, quando o caos passar, o mercado em geral terá de ser mais responsável em relação ao consumo e considerar a redução de desfiles. “Diminuir o ritmo será algo muito saudável. Acho que veremos uma grande diferença no futuro”, finalizou.
Veja o diálogo completo:
Colaborou Rebeca Ligabue