Shopping Bag: conheça a bolsa vegana e acessível que esgotou em segundos
A peça mais famosa da grife estadunidense Telfar é sucesso entre a comunidade negra e LGBTQIA+ de Nova York
atualizado
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Uma “sacola de compras” de couro vegano se consolidou como um dos modelos de bolsa mais cobiçados do ano. A Shopping Bag, da grife Telfar, foi introduzida em 2014 e se tornou uma febre nos últimos anos três anos, especialmente em 2020. Recentemente, a peça chegou a esgotar segundos depois que o site foi reabastecido. Não é à toa que o modelo foi apelidado de “Birkin de Bushwick”, em referência à bolsa rara da Hermès e ao bairro nova-iorquino onde a Telfar tem uma legião de fãs.
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Shopping Bag
A missão do estilista Telfar Clemens, baseado no Brooklyn, é tornar o luxo acessível. Nos Estados Unidos, as Shopping Bags da marca fazem o maior sucesso entre a comunidade LGBTQIA+ e pessoas negras, devido à representatividade do estilista, que é liberiano-americano, negro e gay. O preço acessível, que varia de US$ 150 a US$ 257, também é um atrativo para o público em geral. Para muitas pessoas, elas representam um símbolo de reconhecimento e autoconfiança.
O modelo de bolsa é decorado com o logotipo da marca em alto relevo e tem três opções de tamanho: pequeno, médio e grande. Entre as celebridades, já conquistou nomes como A$Ap Ferg, Bella Hadid, Chloe Sevigny, Solange e Selena Gomez. De acordo com artigo do site The Cut, as Shopping Bags estão no radar da moda desde 2017, apesar de terem sido lançadas em 2014. Depois que a marca passou a repostar fotos dos clientes no Instagram, a bolsa se popularizou ainda mais.
Como as unidades esgotam rapidamente, não é nada fácil adquirir um exemplar, por isso, o apelido que remete às bolsas Birkin, da Hermès, conhecidas por serem bem difíceis de comprar. À revista Nylon, o stylist nova-iorquino Bryant Simmons contou que sempre via seus amigos usando as Shopping Bags. “Eu também costumava pensar que eu não era legal o suficiente para as bolsas”, comentou.
“Cada vez mais, eu as via frequentemente aparecendo na rua e nas redes sociais. Foi legal observar porque eu senti que a bolsa teve um grande destaque. Para mim, dizia: ‘Eu sou legal e tenho uma vida [social].’ Acho que se tornou cada vez mais desejável para os clientes por causa desse fator bacana, da ampla gama de cores e dos tamanhos”, continuou.
Sold out em segundos
Apesar da ascensão do acessório ter demorado, ele já se provou digno de uma legião de admiradores. Existem até listas de estratégias para não perder tempo na hora de comprá-lo, a exemplo das indicações feitas pelo Nylon. A propósito, a marca tem sido alvo de bots que compram o acessório para revendê-lo por preços muito mais elevados. No último dia 23 de julho, o site caiu após o reabastecimento e as peças esgotaram em segundos.
Na ocasião, internautas ficaram furiosos depois que um representante do grupo de revenda Hypernova disse ter comprado 60% do estoque. “Telfar Clemens não tornou a faixa de preço da ‘The Shopping Bag’ tão acessível por qualquer motivo. Ele queria tornar o luxo acessível para todos nós. É literalmente o slogan da Telfar Global”, tuitou Court Kim, redatora do site MEFeater.
Quando percebeu o esquema de trapaça, a equipe da marca se manifestou: “Telfar é para as pessoas, não para bots. Armazene no gelo enquanto os arrancamos”. Durante a verificação do problema, o site chegou a ficar temporariamente fechado, protegido por uma senha. Apesar disso, Telfar Clemens não atribui o problema dos robôs exclusivamente aos revendedores. Segundo ele, muitos deles são usados para compras individuais.
Sucesso repentino
Entre os produtos femininos mais desejados do primeiro trimestre de 2020 apontados pela plataforma Lyst, a Shopping Bag ficou em 3º lugar. Nesse período, as buscas pela marca na Europa aumentaram 29%. A revista Complex perguntou a Clemens o motivo para o sucesso repentino da bolsa, que leva ao esgotamento, já que mil unidades eram vendidas ao longo de 12 horas em março deste ano.
“A demanda vem crescendo exponencialmente desde janeiro. Estamos por aí desde 2004 e esta bolsa já existe há cinco anos. Na verdade, é uma questão bastante profunda perguntar por que está surgindo agora. Acho que quem sabe não precisa de explicação”, respondeu ele. O estilista informou também que reabastece o site algumas vezes por mês. Dependendo da quantidade de cores, podem ser milhares de exemplares.
Para controlar o fluxo de compradores, a marca criou alguns mecanismos. Só é permitida a compra de um exemplar por pessoa. Antes do reabastecimento, é possível escolher a cor e o tamanho desejado. Quando a peça chega ao e-commerce, o cliente é notificado por e-mail. Porém, precisa correr, pois nem arrastar a bolsa para o carrinho é garantia de que aquele item será seu.
“Os bots e revendedores são definitivamente um problema, e um problema lamentável, pois o que eles estão fazendo vai contra o que fazemos. Mas, no fim do dia, não estamos tentando criar uma falsa escassez. Só temos uma demanda maluca que continua a ser atendida toda vez que aumentamos nosso estoque para reabastecimento”, completou o estilista.
Colaborou Hebert Madeira